A mulher de Samy Aminour, um dos três `kamikazes` da sala de concertos parisiense Bataclan, está orgulhosa da participação do marido nos atentados de novembro e lamenta não ter podido explodir-se com ele, noticia hoje o diário Le Parisien.
Em diversos correios eletrónicos enviados desde a Síria, Kahina, de 18 anos, disse ter estado ao corrente dos planos de Samy Aminour "desde o princípio", e de lhe ter falado em ir a França para "aterrorizar a população francesa, que tanto sangue tem entre as suas mãos".
"Nada será como dantes. Invejo tanto o meu marido, gostava tanto de ter estado com ele para me fazer explodir", assinalava numa mensagem no dia 18 de novembro, cinco dias depois dos ataques, que fizeram 130 mortos e mais de três centenas de feridos.
A jovem enaltecia a violência e assegurava que, enquanto continuassem a ofender o Islão e os muçulmanos, "todo o mundo" iria ser um objetivo potencial de atentados e "não só os polícias ou os judeus".
Kahina conheceu Amimour em 2013 e partiu com ele para a Síria, e em outros dos seus correios eletrónicos deixava antever que lá viviam, mas criticava os ataques da coligação contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que via como "uma guerra pura e dura contra o Islão e não contra o terrorismo".
"Em França e em outras partes vives bem, e aqui muita gente morre. É injusto. Dentro de pouco, se Alá quiser, a França e toda a coligação vai saber o que é a guerra em casa. Vocês matam-nos, nós matamos-vos. A equação é simples", dizia a mulher de Amimour, que foi sepultado na quinta-feira nos arredores de Paris.
Essa mesma mensagem foi lançada pelos três terroristas do Bataclan aos polícias com os quais tentaram negociar na noite dos ataques.