Os serviços secretos militares russos podem estar na origem da misteriosa "Síndrome de Havana", uma doença que tem afetado diplomatas e espiões norte-americanos em todo o mundo, de acordo com uma nova investigação do Departamento de Defesa dos EUA divulgada, no domingo, pelos órgãos de comunicação social The Insider, Der Spiegel e CBS.
Mas se, em março do ano passado, a investigação das agências de informações dos EUA concluiu que os “Incidentes de Saúde Anómalos" (AHIs) entre o pessoal das embaixadas em Cuba, na China e em vários países da Europa não tinham sido causados por uma arma energética ou por um adversário estrangeiro, a causa agora avançada para a doença misteriosa contradiz a versão oficial de Washington. "A Síndrome de Havana apresenta todas as características de uma operação de guerra híbrida russa", afirma o relatório.
Uma nova investigação realizada pelo Pentágono culpa Moscovo de estar na origem da misteriosa "Síndrome de Havana", ao colocar "membros da infame unidade de sabotagem dos serviços secretos militares do Kremlin" no "local de supostos ataques a funcionários do governo dos EUA no estrangeiro e aos seus familiares, levando as vítimas a questionar o que Washington sabe".
E admite que "se se provar que o Kremlin está realmente por detrás dos ataques (…) uma campanha tão prolongada, com a duração de uma década, seria facilmente considerada como uma das maiores vitórias estratégicas de Vladimir Putin contra os EUA”.
Segundo o Insider, um grupo de investigação russo sediado na capital letã Riga, os membros séniores da unidade russa receberam prémios e promoções políticas pelo trabalho relacionado com o desenvolvimento de “armas acústicas não letais”, incluindo dispositivos de energia dirigida baseados no som e na radiofrequência.
Síndrome de Frankfurt?
O novo relatório adianta ainda que, contrariamente ao que se pensava, os primeiros casos podem ter ocorrido na Alemanha, dois anos antes do que ocorreram em Havana em 2016 e que deram o nome à síndrome. O que levou os Estados Unidos a retirarem grande parte do pessoal do país devido ao número de queixas e a aprovarem em 2021 a Lei de Havana, que autoriza a indemnização por parte do Estado dos funcionários que foram afetados durante as missões.
"Provavelmente houve ataques dois anos antes, como em Frankfurt, na Alemanha, quando um funcionário do governo dos EUA que trabalhava no consulado local perdeu os sentidos depois de ter sentido ser atingido por uma espécie de feixe de energia", revela a investigação.
O novo relatório adianta ainda que, contrariamente ao que se pensava, os primeiros casos podem ter ocorrido na Alemanha, dois anos antes do que ocorreram em Havana em 2016 e que deram o nome à síndrome. O que levou os Estados Unidos a retirarem grande parte do pessoal do país devido ao número de queixas e a aprovarem em 2021 a Lei de Havana, que autoriza a indemnização por parte do Estado dos funcionários que foram afetados durante as missões.
"Provavelmente houve ataques dois anos antes, como em Frankfurt, na Alemanha, quando um funcionário do governo dos EUA que trabalhava no consulado local perdeu os sentidos depois de ter sentido ser atingido por uma espécie de feixe de energia", revela a investigação.
Apesar de ter sido em Havana que houve mais queixas, os relatos de incidentes semelhantes afetando funcionários políticos, diplomáticos e de segurança norte-americanos começaram a surgir em outros países como a China, a Alemanha, a Rússia, a Austrália e até em Washington.
Esta segunda-feira, uma porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou que um alto funcionário do Departamento de Defesa não identificado que participou na Cimeira da NATO no ano passado, em Vilnius, apresentou sintomas semelhantes ao da “Síndrome de Havana
"Posso confirmar que um alto funcionário do Departamento de Estado apresentou sintomas semelhantes aos relatados em incidentes de saúde anómalos", disse esta segunda-feira a vice-secretária de imprensa, Sabrina Singh, aos jornalistas.
Sabrina Singh explicou que o alto funcionário, não fazia parte da delegação oficial de viagem do secretário norte-americano, Lloyd Austin, a Vilnius, mas que se encontrava lá “separadamente, a participar em reuniões que faziam parte da Cimeira da NATO”, mas não esclareceu se necessitava de tratamento ou se continuava a desempenhar as suas funções, citando a privacidade médica.
"Posso confirmar que um alto funcionário do Departamento de Estado apresentou sintomas semelhantes aos relatados em incidentes de saúde anómalos", disse esta segunda-feira a vice-secretária de imprensa, Sabrina Singh, aos jornalistas.
Sabrina Singh explicou que o alto funcionário, não fazia parte da delegação oficial de viagem do secretário norte-americano, Lloyd Austin, a Vilnius, mas que se encontrava lá “separadamente, a participar em reuniões que faziam parte da Cimeira da NATO”, mas não esclareceu se necessitava de tratamento ou se continuava a desempenhar as suas funções, citando a privacidade médica.
Acusações "sem fundamento"
Esta segunda-feira, a Rússia considerou “sem fundamento” as conclusões do novo relatório que relaciona os incidentes a membros da sua unidade de espionagem militar russa (GRU), conhecida como 29155, e que tem sido responsabilizada por vários incidentes internacionais.
"Não se trata de um tema novo. Durante muitos anos, a chamada “Síndrome de Havana” foi exagerada na imprensa e, desde o início, foi associado a acusações contra o lado russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas quando questionado sobre o relatório.
"Mas nunca ninguém publicou ou apresentou provas convincentes destas acusações infundadas em lado nenhum. Portanto, tudo isto não passa de acusações infundadas e sem fundamento por parte dos media".
"Não se trata de um tema novo. Durante muitos anos, a chamada “Síndrome de Havana” foi exagerada na imprensa e, desde o início, foi associado a acusações contra o lado russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas quando questionado sobre o relatório.
"Mas nunca ninguém publicou ou apresentou provas convincentes destas acusações infundadas em lado nenhum. Portanto, tudo isto não passa de acusações infundadas e sem fundamento por parte dos media".
c/agências