Moscovo nega ter armas geofísicas, mas admite que as desenvolveu

por Agência LUSA

A Rússia não dispõe de armas capazes de provocar furacões tão devastadores como o "Katrina" e o "Rita", afirmou hoje um cientista russo, admitindo que Moscovo desenvolveu programas para dominar os elementos naturais com fins bélicos.

"É possível influenciar o clima, mas não numa escala de poder que possa criar Katrinas ou Ritas", disse Yuri Tokarev, perito de um centro russo, que estuda as relações entre o sol e a Terra.

Tokarev refutou assim as acusações do meteorologista norte- americano Scott Stevens, que afirmou que os recentes furacões, que provocaram mais de um milhar de mortos nos Estados Unidos, foram provocados por armas criadas há décadas por cientistas russos.

"Nem nós, nem ninguém podem fazê-lo. A tecnologia existente não tem potência suficiente", disse Tokarev.

O cientista admitiu, contudo, que "é possível influenciar de forma artificial e directamente o clima", referindo-se ao projecto norte-americano HAARP (High Frequency Advanced Auroral Research Project), em instalações militares no Alasca, e ao centro de investigações russo Sura, na cidade de Nizhi Novgorod, no centro do país.

Oficialmente, ambos os centros estudam os fenómenos que ocorrem na ionosfera (região da atmosfera a partir dos 80 quilómetros de altura) e na magnetosfera (a partir dos 1.200 quilómetros de altura) e a sua interacção com a actividade solar e cósmica.

No entanto, cientistas russos afirmaram recentemente à imprensa que esse e outros centros soviéticos desenvolvem há décadas programas secretos destinados a encontrar mecanismos capazes de criar cataclismos naturais.

O meteorologista norte-americano Scott Stevens afirmou que o furacão Katrina foi provocado por uma arma soviética baseada num gerador electromagnético de grande potência.

"Está provado que nas décadas de 1960 e 1970, a extinta União Soviética elaborou e criou tecnologias capazes de influenciar o clima que foram utilizadas contra os Estados Unidos a partir de 1976", assegura Stevens na sua página na Internet.

Depois, prossegue o meteorologista, nos anos 1980, os soviéticos venderam parte do seu arsenal meteorológico a dezenas de países e organizações.

Para Stevens, o Katrina foi provocado por um "míssil de hecatombes" de fabrico soviético lançado pela máfia japonesa, para se vingar do bombardeamento nuclear norte-americano contra Hiroshima há 60 anos.

"As mudanças na ionosfera e na magnetosfera influenciam o clima, e se estas mudanças se reforçam com potentes instalações é possível variar o clima de forma global", disse Valeri Stasenko, do Serviço Meteorológico da Rússia.

No entanto, nem a base de HAARP, controlada pela Força Aérea e Marinha norte-americanas, nem a sua homóloga russa, têm potência suficiente para perturbar a ionosfera ao ponto de provocar furacões com a potência do Katrina.

"Logicamente que se pode falar de uma interacção no meio ambiente, mas não de forma a provocar um ciclone", explicou Tokarev.

Tecnicamente, a HAARP e o Sura são um conjunto de antenas que emitem ondas de rádio de alta-frequência.

Segundo os peritos, essas ondas estimulam a ionosfera e provocam ondas capazes de percorrer grandes distâncias através da atmosfera inferior e penetrar no interior da Terra.

Através dessas ondas é possível detectar silos de mísseis, túneis subterrâneos e comunicar com submarinos submersos.

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