Jornalista morre em Zaporizhia. Rússia culpa bombas de fragmentação

por Carlos Santos Neves - RTP
O Pentágono confirmou na última semana que a Ucrânia está já a empregar munições de fragmentação no teatro de guerra Reuters

O jornalista russo Rotislav Jouravlev, da agência Ria Novosti, morreu este sábado na região de Zaporizhia, durante uma vaga de bombardeamentos das forças ucranianas. O exército russo aponta o dedo a munições de fragmentação.

"Unidades das Forças Armadas ucranianas lançaram um ataque de artilharia contra um grupo de jornalistas", indicou em comunicado o exército russo, para precisar que os bombardeamentos feriram "quatro jornalistas com maior ou menor gravidade".

"Durante a evacuação", prossegue a nota citada pela agência France Presse, o repórter Rotislav Jouravlev "morreu em consequência dos ferimentos sofridos, após explosão de arma de fragmentação".

Segundo a agência Ria Novosti, "o atentado ocorreu perto da aldeia de Pyatikhtky", no sul da região de Zaporizhia. O Kremlin avisou este mês que, se os Estados Unidos fornecessem bombas de fragmentação à Ucrânia, o exército russo lançaria mão de "meios de destruição similares".

A morte do jornalista foi igualmente confirmada pelo governador regional de Moscovo, Yevgeny Balitsky, que, na plataforma de mensagens Telegram, exprimiu "as mais sinceras condolências à família e aos amigos".

Por sua vez, a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros veio acusar Kiev de "terrorismo".

"Os responsáveis pela brutal represália contra um jornalista russo vão inevitavelmente sofrer um merecido castigo. A completa medida de responsabilidade será partilhada por aqueles que forneceram munições de fragmentação aos seus protegidos de Kiev", reagiu Maria Zakharova.

Os Estados Unidos anunciaram no início de julho o envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia, num gesto criticado por aliados ocidentais como a Alemanha, a par de organizações de defesa dos Direitos Humanos.O Pentágono confirmou na última semana que este tipo de munições está já a ser empregue no teatro de guerra de forma "apropriada e efetiva".


Em incidente separado, a cadeia alemã Deutsche Welle revelou que um dos seus repórteres, Yevgeny Shilko, ficou ferido, em solo ucraniano, num ataque russo com munições de fragmentação, que provocou ainda a morte a um soldado ucraniano.

As bombas de fragmentação foram banidas por um conjunto alargado de países devido aos riscos que comportam para as populações civis, dada a dispersão de estilhaços.

As forças ucranianas alegam que apenas tencionam recorrer a estas munições para rechaçar concentrações de soldados russos.

c/ agências

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