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Moscovo avalia presença de Zelensky no G7 como "espetáculo de propaganda"

por Carlos Santos Neves - RTP
Segundo Moscovo, verifica-se uma quebra do peso geopolítico do Ocidente que obriga "os membros do grupo a dedicar todos os esforços a incitar a histeria antirrussa e antichinesa" Maxim Shemetov - Reuters

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros veio este domingo a terreiro para procurar, uma vez mais, desvalorizar os compromissos de reforço de apoio bélico que o presidente ucraniano obteve em Hiroshima, durante a cimeira do G7. Para Moscovo, Volodymyr Zelensky não fez mais do que participar num "espetáculo de propaganda" preenchido de mensagens contra a Rússia e a China.

"Os líderes do G7 convidaram o líder do regime de Kiev, que eles controlam, para a sua reunião e converteram o evento de Hiroxima num espetáculo de propaganda", reagiu em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

"A principal conclusão desta cimeira foi uma série de anúncios cheios de ódio antirrusso e antichinês", vinca o Governo russo.Moscovo encara agora o G7 como "uma incubadora para desenvolver, sob a liderança anglo-saxónica, iniciativas destrutivas que colocam em risco a estabilidade global".

Ainda de acordo com o Ministério, verifica-se uma quebra do peso geopolítico do Ocidente que obriga "os membros do grupo a dedicar todos os seus esforços a incitar a histeria antirrussa e antichinesa".

"Temos a certeza de que a nossa avaliação do G7 e das suas ações destrutivas é partilhada pela maioria da comunidade internacional", insistiu o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, havia já acusado, no sábado, o G7 de criar divisões e confrontação.
Caças para Kiev
Terminou este domingo a cimeira do G7 em Hiroshima, onde o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deixou um agradecimento pelo apoio dos aliados ocidentais.

Zelensky reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ocasião para pôr em dúvida o anúncio russo da tomadada "totalidade" de Bakhmut, no leste da Ucrânia.Também este domingo o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksander Syrsky, reconheceu que as suas tropas já só controlam uma parte "insignificante" de Bakhmut. Alegou, todavia, que prossegue o avanço pelos flancos.

Biden anunciou mais apoio em armamento e o treino de pilotos ucranianos para operarem caças F-16 - o que, nos primeiros capítulos da guerra, parecia constituir uma linha vermelha para o limite da cooperação militar de Washington com Kiev.
O presidente ucraniano foi convidado, sem notícia prévia, para a cimeira do grupo dos sete países mais desenvolvidos: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão e Reino Unido, a que soma a União Europeia.O presidente francês, Emmanuel Macron, referiu-se à presença de Volodymyr Zelensky no Japão como "uma forma de construir a paz".

Desta cimeira saiu um apelo à China para que exerça pressão sobre o Kremlin, no sentido de fazer calar as armas na Ucrânia. Em simultâneo, o G7 manifestou a intenção de preservar relações "construtivas e estáveis" com o regime chinês.

Por sua vez, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, comprometeu-se junto do presidente ucraniano a fazer "tudo o que for possível" para ajudar a solucionar o conflito.

c/ agências
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