Moscovo acolhe concerto "um país, uma família, uma Rússia" para celebrar anexações

por Lusa

A Rússia marcou para sexta-feira um grande concerto na Praça Vermelha para comemorar o primeiro aniversário da anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

"Um país, uma família, uma Rússia" é o lema do concerto, que lembra "Um povo, um império, um líder" do partido nazi, como sugerem alguns meios de comunicação independentes.

Segundo organizações juvenis próximas do Kremlin, o comício-concerto é dedicado aos territórios anexados, onde foram recentemente eleitos os seus dirigentes, num escrutínio não reconhecido internacionalmente, que se reunirão na quinta-feira com o Presidente, Vladimir Putin.

Embora o Kremlin não o tenha confirmado, a organização anunciou a participação de Putin, que provavelmente dirigirá algumas palavras aos presentes, noticiou o jornal Védomosti, citando fontes oficiais.

Putin propôs ao parlamento declarar o dia 30 de setembro -- data em que assinou a anexação ilegal dessas regiões -- como o "Dia da Reunificação".

Como é habitual, as autoridades convidarão para o evento em frente do Kremlin reformados e funcionários públicos, a sua base eleitoral, e estudantes.

Segundo a comunicação social russa, quem assistir ao concerto receberá 600 rublos (menos de seis euros), menos de metade do que se recebia há um ano.

Irão atuar no palco da Praça Vermelha artistas que apoiam abertamente a invasão militar na Ucrânia como Oleg Gazmánov, Polina Gagárina, o grupo Liube e Shaman, tido como o artista que melhor representa a música patriótica russa desde há um ano e meio.

Eventos semelhantes foram realizados em março de 2022 no estádio Luzhniki; e em setembro do mesmo ano na Praça Vermelha, que também acolheu um terceiro concerto em fevereiro passado, todos com a presença de Putin.

Em setembro de 2022, o líder assinou a anexação das quatro regiões ucranianas numa tentativa de estabelecer um corredor terrestre com a península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014, que Kiev tenta agora quebrar por todos os meios.

A Rússia incluiu os quatro novos territórios na Constituição, mas depois de mais de um ano e meio de combates sangrentos ainda não os controla na sua totalidade.

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