Em reação à morte do líder da Renamo, o partido no poder em Moçambique manifestou "dor" pela perda de um "parceiro estratégico para a paz e estabilidade no país".
"Para nós, colheu-nos de surpresa e com muita dor, era um parceiro estratégico para a paz e estabilidade no país. Tudo indicava que ele estava a percorrer um caminho para a paz.", assinalou a responsável.
Caifadine Manasse pediu ainda serenidade e compromisso com a paz aos membros da Renamo. "A Renamo vai-se reorganizar, eles têm interesse em ver esta paz", enfatizou.
A morte do líder da Renamo desde 1979 foi confirmada esta quinta-feira. Segundo a Renamo, Afonso Dhlakama morreu na sequência de complicações de saúde. Vivia refugiado na serra da Gorongosa, no centro do país, desde 2016, depois de uma invasão à sua residêmcia na Beira. Era comum ao líder histórico isolar-se neste local quando se reacendiam os confrontos entre a Renamo e as forças de defesa e segurança do país.
Dhlakama candidatou-se por cinco vezes à Presidência de Moçambique, tendo perdido em todas as ocasiões. Protagonizou em 1992 os acordos de paz, assinados em Roma, ao lado Joaquim Chissano, da Frelimo, na altura Presidente de Moçambique.
Apesar de ataques recentes à comitiva do líder da Renamo, desde dezembro de 2017 que vigora uma declaração de tréguas entre as duas partes que perdura até hoje.
Já em 2018, Dhlakama assinou um acordo com Filipe Nyusi - atual chefe de Governo de Maputo - para a realização de eleições regionais. Uma reivindicação antiga da Renamo, que continua a contar com grandes apoios na região centro do país.