Eduardo Lourenço morreu esta terça-feira em Lisboa, aos 97 anos. Era conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico e foi várias vezes galardoado e distinguido.
Foi um dos pensadores mais proeminentes e um dos vultos da cultura portuguesa nas últimas décadas. Nasceu a 23 de maio de 1923 em Almeida, na Beira Alta.
Em 2018 foi protagonista e narrador da sua própria história, num filme de Miguel Gonçalves Mendes intitulado "O Labirinto da Saudade". O filme adapta a obra homónima de Eduardo Lourenço e traça uma viagem através da cabeça do pensador português, constituindo-se como uma "homenagem em vida" do realizador ao ensaísta.
Hoje saiu de cena, mas deixa a marca da "grande originalidade" do seu pensamento - de acordo com a página a si dedicada, do Centro Nacional de Cultura -, e a imagem do ensaísta que permitia "a única reflexão inteligente sobre a política nacional", como o definiu o poeta Herberto Helder, numa carta de 1978.
Apaixonado pela literatura, referia-se aos livros como "filhos" e dizia que "estar-se sem livros é já ter morrido". Mas foi sobretudo sobre a poesia, mais do que a prosa, que incidiram os seus ensaios, de Luís de Camões a Miguel Torga, passando por Fernando Pessoa.
Apaixonado pela literatura, referia-se aos livros como "filhos" e dizia que "estar-se sem livros é já ter morrido". Mas foi sobretudo sobre a poesia, mais do que a prosa, que incidiram os seus ensaios, de Luís de Camões a Miguel Torga, passando por Fernando Pessoa.
Homem de esquerda, mas com uma visão crítica dessa corrente, o ensaísta nunca se deixou enfeudar em qualquer escola de pensamento.
Em 1949 partiu para França, a convite do reitor da Faculdade de Letras da Universidade de Bordéus, com uma bolsa de estágio da Fundação Fulbright.
Em 1953 iniciou uma carreira académica, tendo lecionado em diversas universidades europeias e americanas, designadamente nas de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, Montpellier, Grenoble e Nice, em França, e na da Baía, no Brasil, entre outras.
Casou-se com Annie Salamon, em Dinard, em 1954, e, a partir de 1960, passou a viver em França. Cinco anos mais tarde, em 1965, fixou residência em Vence, na região dos Alpes Marítimos, no sudeste francês, mas manteve sempre ligação ao país de origem, refletindo sobre a sociedade portuguesa.
"Como é que um homem nascido em S. Pedro do Rio Seco pode ser outra coisa que não português?", disse o ensaísta, em 1986, ao Jornal de Letras, Artes e Ideias.
O tema da Europa, e do lugar de Portugal na Europa, é recorrente na obra do autor, e "O Labirinto da Saudade", de 1978, o seu trabalho mais celebrado, é o exemplo de "um discurso crítico sobre as imagens que de nós próprios temos forjado", nas palavras do próprio autor. Às 12h00 de quarta-feira, nos Jerónimos, haverá uma missa concelebrada por Manuel Clemente e Tolentino Mendonça.
Em 1949 partiu para França, a convite do reitor da Faculdade de Letras da Universidade de Bordéus, com uma bolsa de estágio da Fundação Fulbright.
Em 1953 iniciou uma carreira académica, tendo lecionado em diversas universidades europeias e americanas, designadamente nas de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, Montpellier, Grenoble e Nice, em França, e na da Baía, no Brasil, entre outras.
Casou-se com Annie Salamon, em Dinard, em 1954, e, a partir de 1960, passou a viver em França. Cinco anos mais tarde, em 1965, fixou residência em Vence, na região dos Alpes Marítimos, no sudeste francês, mas manteve sempre ligação ao país de origem, refletindo sobre a sociedade portuguesa.
"Como é que um homem nascido em S. Pedro do Rio Seco pode ser outra coisa que não português?", disse o ensaísta, em 1986, ao Jornal de Letras, Artes e Ideias.
O tema da Europa, e do lugar de Portugal na Europa, é recorrente na obra do autor, e "O Labirinto da Saudade", de 1978, o seu trabalho mais celebrado, é o exemplo de "um discurso crítico sobre as imagens que de nós próprios temos forjado", nas palavras do próprio autor. Às 12h00 de quarta-feira, nos Jerónimos, haverá uma missa concelebrada por Manuel Clemente e Tolentino Mendonça.
Quando fez 95 anos, Eduardo Lourenço confessou, em entrevista à agência Lusa, que era "difícil assumir" o aniversário, porque sabia que era "o princípio do fim", mas que não o encarava "como uma coisa trágica", porque "todos estamos confrontados com essa exigência".
"A tragédia já é, em si, nós não podermos escapar àquilo que nos espera, seria uma injustiça para todas as outras pessoas, que eram os nossos e que já morreram, que nós não fossemos capazes de suportar aquilo que eles suportaram quando chegou o fim deles", afirmou. "É ir para a morte como se todos aqueles que nos conheceram e nós amámos estivessem connosco".
"A tragédia já é, em si, nós não podermos escapar àquilo que nos espera, seria uma injustiça para todas as outras pessoas, que eram os nossos e que já morreram, que nós não fossemos capazes de suportar aquilo que eles suportaram quando chegou o fim deles", afirmou. "É ir para a morte como se todos aqueles que nos conheceram e nós amámos estivessem connosco".
Marcelo Rebelo de Sousa lamenta morte de "amigo" e "sábio"
O Presidente da República já lamentou a morte de Eduardo Lourenço e agradeceu a este “sábio” e “amigo”.
“Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência.
“Tendo vivido durante décadas em França, e sendo estruturalmente francófilo, poucos foram os «estrangeirados» tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses”.
“Nunca esteve, por isso, alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política. Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução”.
“Vencedor de diversos prémios, incluindo o Pessoa e o Camões, distinguido por quatro vezes com ordens nacionais, e também reconhecido no estrangeiro, o Prof. Eduardo Lourenço deu-me a honra de integrar o Conselho de Estado”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa.
“Aos seus familiares apresento as minhas sentidas condolências pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal que vivemos”.
“Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência.
“Tendo vivido durante décadas em França, e sendo estruturalmente francófilo, poucos foram os «estrangeirados» tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses”.
“Nunca esteve, por isso, alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política. Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução”.
“Vencedor de diversos prémios, incluindo o Pessoa e o Camões, distinguido por quatro vezes com ordens nacionais, e também reconhecido no estrangeiro, o Prof. Eduardo Lourenço deu-me a honra de integrar o Conselho de Estado”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa.
“Aos seus familiares apresento as minhas sentidas condolências pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal que vivemos”.
Esta manhã, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que se tratou de uma "coincidência simbólica" que o "maior pensador sobre Portugal vivo nos tenha deixado no dia da Restauração da Independência".
António Costa confirma dia de luto nacional
O primeiro-ministro, António Costa, lamentou a morte do ensaísta Eduardo Lourenço, recordando um amigo e camarada com quem aprendeu muito.
"É, para mim em particular, um momento de grande tristeza. Trata-se de um amigo, um camarada, de alguém com quem tive a oportunidade de privar, de aprender muito, e que nos deixa", afirmou Costa.
O primeiro-ministro realçou que este momento é também "um convite a conhecer a obra" de Eduardo Lourenço e de prosseguir a reflexão que o ensaísta deixa. "Seguramente seria a sua vontade", acrescentou.
António Costa sublinhou ainda a importância de Eduardo Lourenço na reflexão sobre "os fatores da intemporalidade nacional", destacando o livro "Labirinto da Saudade", "seguramente um dos mais notáveis ensaios da ensaística portuguesa".
O chefe de Estado confirmou ainda que quarta-feira será dia de luto nacional.
O primeiro-ministro, António Costa, lamentou a morte do ensaísta Eduardo Lourenço, recordando um amigo e camarada com quem aprendeu muito.
"É, para mim em particular, um momento de grande tristeza. Trata-se de um amigo, um camarada, de alguém com quem tive a oportunidade de privar, de aprender muito, e que nos deixa", afirmou Costa.
O primeiro-ministro realçou que este momento é também "um convite a conhecer a obra" de Eduardo Lourenço e de prosseguir a reflexão que o ensaísta deixa. "Seguramente seria a sua vontade", acrescentou.
António Costa sublinhou ainda a importância de Eduardo Lourenço na reflexão sobre "os fatores da intemporalidade nacional", destacando o livro "Labirinto da Saudade", "seguramente um dos mais notáveis ensaios da ensaística portuguesa".
O chefe de Estado confirmou ainda que quarta-feira será dia de luto nacional.
“É com profunda tristeza que lamento a morte de Eduardo Lourenço, uma daquelas raras personalidades que conseguem alcançar o privilégio do respeito unânime e da admiração geral”, escreveu o primeiro-ministro no Twitter.
É com profunda tristeza que lamento a morte de Eduardo Lourenço, uma daquelas raras personalidades que conseguem alcançar o privilégio do respeito unânime e da admiração geral. pic.twitter.com/zUdzprNb2W
— António Costa (@antoniocostapm) December 1, 2020
Também o presidente da Câmara da Guarda decretou um dia de Luto Municipal, com bandeira a meia haste, a observar na quarta-feira, em homenagem ao ensaísta.
Vida académica
O mais velho de sete irmãos, e filho de um militar do exército, frequentou a escola primária da aldeia onde nasceu e matriculou-se, posteriormente, no Colégio Militar, em Lisboa, onde concluiu o curso em 1940.
Inscreveu-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, de que desistiu, para prestar provas, mais tarde, em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da mesma instituição.
Era um "dos melhores em Filosofia, não porque repetisse as aulas como um papagaio, mas por ter revelado um arguto espírito crítico e uma ideia já autónoma", segundo a descrição, à revista Prelo, que dele fez o escritor e pedagogo Mário Braga.
Eduardo Lourenço concluiu a licenciatura em 1946, com uma tese sobre "O Sentido da dialética no idealismo absoluto".
No ano seguinte, passou a lecionar como assistente e colaborador do professor Joaquim de Carvalho e, em 1949, com apenas 26 anos, reuniu parte da sua tese de licenciatura no primeiro volume de uma obra intitulada "Heterodoxia", "um dos mais nobres e perturbantes discursos ensaísticos de toda a nossa história literária", como a classificou o professor e ensaísta Eugénio Lisboa.
Antes disso, em 1944, Eduardo Lourenço começara a colaborar com a revista Vértice, publicação em que se estreou com o poema "Aceitação", um prelúdio de "Heterodoxia".
E foi com "Crónicas Heterodoxas" que colaborou também com o Diário de Coimbra, publicação histórica da cidade onde conviveu com o escritor Vergílio Ferreira e onde viria a ser associado a uma determinada forma de existencialismo, influenciado por filósofos como Heidegger, Nietzsche, Husserl, Kierkegaard e Sartre, e pela leitura de escritores como Dostoievsky, Kafka e Camus.
Vida académica
O mais velho de sete irmãos, e filho de um militar do exército, frequentou a escola primária da aldeia onde nasceu e matriculou-se, posteriormente, no Colégio Militar, em Lisboa, onde concluiu o curso em 1940.
Inscreveu-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, de que desistiu, para prestar provas, mais tarde, em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da mesma instituição.
Era um "dos melhores em Filosofia, não porque repetisse as aulas como um papagaio, mas por ter revelado um arguto espírito crítico e uma ideia já autónoma", segundo a descrição, à revista Prelo, que dele fez o escritor e pedagogo Mário Braga.
Eduardo Lourenço concluiu a licenciatura em 1946, com uma tese sobre "O Sentido da dialética no idealismo absoluto".
No ano seguinte, passou a lecionar como assistente e colaborador do professor Joaquim de Carvalho e, em 1949, com apenas 26 anos, reuniu parte da sua tese de licenciatura no primeiro volume de uma obra intitulada "Heterodoxia", "um dos mais nobres e perturbantes discursos ensaísticos de toda a nossa história literária", como a classificou o professor e ensaísta Eugénio Lisboa.
Antes disso, em 1944, Eduardo Lourenço começara a colaborar com a revista Vértice, publicação em que se estreou com o poema "Aceitação", um prelúdio de "Heterodoxia".
E foi com "Crónicas Heterodoxas" que colaborou também com o Diário de Coimbra, publicação histórica da cidade onde conviveu com o escritor Vergílio Ferreira e onde viria a ser associado a uma determinada forma de existencialismo, influenciado por filósofos como Heidegger, Nietzsche, Husserl, Kierkegaard e Sartre, e pela leitura de escritores como Dostoievsky, Kafka e Camus.
Prémios, condecorações e distinções
Em 1988, o então professor jubilado da Universidade de Nice recebeu o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, pelo conjunto da obra, e, um ano depois, assumiu o cargo de conselheiro cultural junto da embaixada de Portugal em Roma, onde permaneceu até 1991.
Vários prémios se sucederam, com destaque para o Prémio Camões, em 1996, e o Prémio Pessoa, em 2011.
Recebeu também os prémios António Sérgio (1992), D. Dinis (1996), Vergílio Ferreira (2001), Universidade de Lisboa (2012), Jacinto do Prado Coelho (em 1986 e em 2013) e Vasco Graça Moura (2016), entre outros.
Entre condecorações e distinções, Eduardo Lourenço recebeu as ordens de Grande Oficial de Santiago e Espada (1981), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1992), a Grã-Cruz da Ordem de Santiago e Espada (2003) e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (2014).
França distinguiu-o com a Ordem Nacional de Mérito (1996), a Ordem das Artes e das Letras (2000) e a Legião de Honra (2002), e em 2008 recebeu a medalha de Mérito Cultural do Governo Português e a Ordem de Mérito Civil de Espanha.
Doutorado Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro, de Bolonha, de Coimbra e pela Nova de Lisboa, tomou posse, a 7 de abril de 2016, como Conselheiro de Estado, designado pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesse mesmo ano, venceu o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, ex-aequo com o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu.
Em 1988, o então professor jubilado da Universidade de Nice recebeu o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, pelo conjunto da obra, e, um ano depois, assumiu o cargo de conselheiro cultural junto da embaixada de Portugal em Roma, onde permaneceu até 1991.
Vários prémios se sucederam, com destaque para o Prémio Camões, em 1996, e o Prémio Pessoa, em 2011.
Recebeu também os prémios António Sérgio (1992), D. Dinis (1996), Vergílio Ferreira (2001), Universidade de Lisboa (2012), Jacinto do Prado Coelho (em 1986 e em 2013) e Vasco Graça Moura (2016), entre outros.
Entre condecorações e distinções, Eduardo Lourenço recebeu as ordens de Grande Oficial de Santiago e Espada (1981), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (1992), a Grã-Cruz da Ordem de Santiago e Espada (2003) e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (2014).
França distinguiu-o com a Ordem Nacional de Mérito (1996), a Ordem das Artes e das Letras (2000) e a Legião de Honra (2002), e em 2008 recebeu a medalha de Mérito Cultural do Governo Português e a Ordem de Mérito Civil de Espanha.
Doutorado Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro, de Bolonha, de Coimbra e pela Nova de Lisboa, tomou posse, a 7 de abril de 2016, como Conselheiro de Estado, designado pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesse mesmo ano, venceu o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, ex-aequo com o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu.
Ministra lamenta perda de "uma das mentes mais brilhantes" do país
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou a morte do ensaísta, que classificou de "uma das mentes mais brilhantes deste país".
A ministra acrescentou que "Eduardo Lourenço foi um pensador, arguto e sensível como poucos, e incansável combatente do caos dos dias".
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou a morte do ensaísta, que classificou de "uma das mentes mais brilhantes deste país".
A ministra acrescentou que "Eduardo Lourenço foi um pensador, arguto e sensível como poucos, e incansável combatente do caos dos dias".
Em nota enviada às redações, a ministra da Cultura distinguiu Eduardo Lourenço como “uma das mentes mais brilhantes de Portugal”.
“Através do nosso património literário interpretou Portugal, pensou a Europa e interrogou o mundo, com uma liberdade e uma originalidade que o tornam não só um dos autores centrais da literatura portuguesa, mas também um farol cuja luz ilumina os séculos de pensamento e de cultura portuguesa”.
“Através do nosso património literário interpretou Portugal, pensou a Europa e interrogou o mundo, com uma liberdade e uma originalidade que o tornam não só um dos autores centrais da literatura portuguesa, mas também um farol cuja luz ilumina os séculos de pensamento e de cultura portuguesa”.
Jorge Sampaio também lamentou a morte de Eduardo Lourenço, frisando que “Portugal perdeu um dos seus mais notáveis cidadãos”.
“É com grande emoção que recordo o pensador das profundidades do ser e da existência, o cultor insigne das letras, das artes e da cultura, um grande humanista da contemporaneidade, para quem ser português era indissociável do ser europeu e vice-versa”.
“Eduardo Lourenço foi, é e será sempre uma das maiores referências da cultura portuguesa”, refere Jorge Sampaio, acrescentando que o filósofo “tinha o talento raro de elevar qualquer conversa, por trivial que fosse, trazendo pontos de vista inesperados, informações e conhecimentos novos ou fazendo comentários que parecendo anódinos traziam sempre à tona o avesso das coisas”.
“É com grande emoção que recordo o pensador das profundidades do ser e da existência, o cultor insigne das letras, das artes e da cultura, um grande humanista da contemporaneidade, para quem ser português era indissociável do ser europeu e vice-versa”.
“Eduardo Lourenço foi, é e será sempre uma das maiores referências da cultura portuguesa”, refere Jorge Sampaio, acrescentando que o filósofo “tinha o talento raro de elevar qualquer conversa, por trivial que fosse, trazendo pontos de vista inesperados, informações e conhecimentos novos ou fazendo comentários que parecendo anódinos traziam sempre à tona o avesso das coisas”.
O escritor Manuel Alegre recordou, por sua vez, Eduardo Lourenço como uma figura que "faz parte de nós".
"É alguém que nos pensou como mais ninguém. Fez uma viagem por dentro de nós mesmos, na nossa relação connosco e na nossa relação com o mundo", disse Manuel Alegre em entrevista à RTP, no Jornal da Tarde.
Já o sociólogo Boaventura de Sousa Santos sublinhou "a influência extraordinária” de Eduardo Lourenço “na maneira como concebemos e entendemos Portugal depois do 25 de Abril e a nossa relação com a Europa".
c/ Lusa