O ex-presidente da Venezuela Luis Herrera Campins, que dirigiu o país entre 1979 e 1984, morreu hoje aos 82 anos, na sua residência em Caracas, onde recuperava de uma intervenção cirúrgica.
Militante do Partido Social Cristão - Copei, Luis Herrera Campins nasceu a 4 de Maio de 1925, na cidade de Acarígua, estado de Portuguesa, 450 quilómetros a sudoeste de Caracas.
Antigo advogado e jornalista, Herrera Campins deu os primeiros passos na política em 1941, ao afiliar-se à União Nacional Estudantil (UNE), organização que mais tarde se transformou no partido Copei.
Como militante da UNE assinou um manifesto a favor da Junta Revolucionária que a 18 de Outubro de 1945 derrubou o então presidente da República, general Isaías Medina Angarita.
Em 1948, foi eleito deputado pelo parlamento regional do Estado de Portuguesa.
No ano seguinte, a Junta Militar que substituiu o presidente Rómulo Gallegos considerou desrespeitoso um trabalho da sua autoria, publicado na imprensa local, e ordenou a sua detenção.
Uma vez libertado participou na greve universitária de 1952 e foi obrigado a exilar-se em Espanha, onde terminou os estudos de Direito e promoveu o jornal clandestino "Tiela" (Triângulo Informativo Europa-Américas) que fazia oposição ao governo do então presidente Marcos Pérez Jiménez.
Em 1957 publicou, em Roma o opúsculo "Frente" através do qual instou os partidos políticos venezuelanos a unirem-se para restabelecer a democracia.
Regressou a Caracas a 23 de Janeiro de 1958, e um ano depois foi eleito deputado e senador pelo Estado de Lara, entre 1958 e 1977.
No final de 1978, candidatou-se às presidenciais e foi eleito chefe de Estado, funções que desempenhou entre o início de 1979 e 1984.
Construtor de importantes complexos culturais e auto-estradas no país, viu a sua gestão ser afectada pela "sexta-feira negra", em que uma desvalorização da moeda marcou o início de uma crise económica.
A cadeia de televisão Globovision, uma das principais do país, interrompeu a sua programação, consagrada à Cimeira Ibero-Americana de Santiago do Chile, para anunciar a morte do antigo presidente.