O líder histórico da Frente Nacuinal de Libertação de Angola (FNLA), Holden Roberto, morreu, em Luanda, na sua residência, vítima de doença prolongada, anunciou a organização.
Uma nota divulgada esta noite, em Luanda, pelo Bureau Político da FNLA refere que Álvaro Holden Roberto faleceu às 18:30 locais.
Numa delaração feita através da Rádio Nacional de Angola, o segundo vice-presidente da FNLA, Ngola Kabango, apelou aos militantes e simpatizantes do partido "a manterem-se calmos e serenos perante este infausto acontecimento"
Holden Roberto tinha 84 anos e ainda recentemente se deslocara a Paris para tratamentos.
Nascido a 12 de Janeiro de 1923, iniciou a actividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), mais tarde designada UPA.
Em 1960, assinou um acordo com o MPLA que não iria cumprir, para assumir sozinho a liderança na luta contra o colonialismo português.
Em 1962 criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente. Seria esta organização que viria a constituir o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), onde Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em 10 de Outubro de 1974, Holden Roberto encabeçou a delegação da FNLA nas conversações com a delegação do Governo Português, em Kinshasa, com vista a pôr fim às hostilidades em Angola, entre a FNLA e o exército português.
O acordo de suspensão das hostilidades foi assinado no iate do Presidente Mobutu Sese Seko, do Zaire, entre Holden Roberto e o general Fontes Pereira de Melo, chefe da Casa Militar do então Presidente da República Portuguesa, general Francisco da Costa Gomes.
Em Janeiro de 1975, Holden Roberto, juntamente com Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA) assinaram com o estado Estado português o Acordo do Alvor, que estipulava o processo e calendário do acesso de Angola à independência, proclamada a 11 de Novembro do mesmo ano.
Depois da independência e com o início da guerra civil em Angola, Holden Roberto deixou o país onde só regressou em 1991, após a assinatura, Lisboa, a 31 de Maio, do Acordo de Paz de Bicesse.