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Morreu figura histórica da extrema-direita francesa Jean-Marie Le Pen

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Joel Saget - AFP

O líder histórico do partido de extrema-direita francês Frente Nacional morreu esta terça-feira, aos 96 anos, na região de Paris, num hospital onde estava internado há várias semanas, anunciou a sua família à agência France Presse. A França despede-se de uma figura incontornável e altamente controversa da política do país, cuja trajetória ficou marcada por uma retórica provocadora, incendiária e uma obsessão com a imigração e os judeus.

“Jean-Marie Le Pen, rodeado pela sua família e amigos, foi chamado de volta a Deus às 12h00 (11h00 em Lisboa) de terça-feira", declarou a sua família num comunicado enviado à AFP.

O nacionalista Jean-Marie Le Pen, fundador e ex-líder do Le Front National, morreu esta terça-feira, 7 de janeiro, aos 96 anos, depois de ter assegurado a longevidade da extrema-direita em França nos últimos 50 anos. 

Desde o seu primeiro mandato em 1956, até à despedida da vida política em 2019, o líder histórico da extrema-direita teve um impacto profundo na vida política francesa, tendo sido candidato à presidência de França cinco vezes e chegado à segunda volta das eleições presidenciais de 2002 que perdeu contra Jacques Chirac.

A sua filha, Marine Le Pen, sucedeu-lhe na liderança do partido em 2011 que veio a transformar nos últimos anos, adotando uma postura mais moderada para ampliar o seu eleitorado, nomeadamente através de uma mudança de nome, para Rassemblement National, e da nomeação de um novo para liderar o partido, Jordan Bardella.

Apesar da renovação na sua imagem, o partido de extrema-direita herdeiro do Frente Nacional, de Jean-Marie Le Pen, manteve-se fiel aos valores nacionalistas e contra imigração e é atualmente uma das principais forças políticas do país.

Jean Louis Marie Le Pen nasceu a 20 de junho de 1928 no seio de uma família humilde em La-Trinité-sur-Mer, no este de França, e formou-se em direito, na Faculdade de Direito de Assas, em Paris. Serviu como legionário nas guerras de Indochina, em 1953, e Argélia, em 1957.
"Sempre serviu a França"
O atual presidente do Rassemblement National (RN) e eurodeputado, Jordan Bardella, reagiu "com tristeza" à morte do fundador do Front National, dirigindo as suas condolências à família e amigos, e em especial , a Marine Le Pen, numa mensagem publicada na rede social X.

“Alistado com o uniforme do exército francês na Indochina e na Argélia, tribuno do povo na Assembleia Nacional e no Parlamento Europeu, sempre serviu a França, defendeu a sua identidade e a sua soberania”, saudou na rede social X, Jordan Bardella.



Também o primeiro-ministro francês, François Bayrou, prestou homenagem a Jean-Marie Le Pen nas redes sociais. "Além das polémicas, que eram a sua arma preferida, e dos necessários confrontos de fundo, JM Le Pen foi uma figura incontornável da política francesa", afirmou, François Bayrou.  "Quando lutámos contra ele, sabíamos que era um lutador", acrescentou.


Ao início da tarde desta terça-feira, o presidente francês Emanuel Macron apresentou as suas condolências à família e amigos de Jean-Marie Le Pen, através de um comunicado da Presidência francesa.
 
Segundo o comunicado do Eliseu, Le Pen desempenhou um "papel na vida pública" que "será agora julgado pela história".

c/ agências
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