Jon Idígoras, um dos líderes históricos do Herri Batasuna, o ilegalizado "braço político" da ETA, morreu hoje devido a uma grave doença pulmonar numa clínica da cidade basca de Bilbau.
Idígoras, que estava internado há duas semanas na clínica San Sebastián devido a um enfisema pulmonar e atrofia muscular, faleceu hoje às 12 horas locais.
Nos últimos anos, Idígoras estava quase retirado da política devido à sua saúde frágil, tendo-se dedicado a escrever um livro autobiográfico, intitulado "El Hijo de Juanita Gerrikabeitia".
Natural de Amorebieta, na província basca de Biscaia, Idígoras era um antigo militante da Frente Operária da ETA, o que lhe valeu várias detenções até 1974, ano em que abandonou Espanha, para só regressar com o advento da democracia.
Fundador do KAS, primeiro representante político da esquerda "abertzale" (independentista basca), estaria ligado, posteriormente, à criação do sindicato LAB e do Herri Batasuna (HB), o movimento político que sempre foi considerado, até à sua ilegalização em 1997, o representante político da organização separatista basca ETA.
Membro das Mesas Nacionais do HB entre 1978 e 1995 e porta-voz do partido, Idígoras saiu ileso de um atentado cometido pelos GAL (Grupos Anti-terroristas de Libertação) contra a esquerda "abertzale" em 1979, em Madrid.
Em 1997, o juiz Baltasar Garzón condenou os 22 membros da Mesa Nacional do HB a sete anos de prisão, pelo delito de colaboração com grupo armado. Idígoras estava entre eles, mas os seus problemas de saúde permitiram-lhe aceder à detenção em regime aberto, primeiro, e conseguir a liberdade condicional, depois.