Moradores de Diogo Simão cortam abastecimento de água a capital

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São Tomé, 07 Mar (Lusa) - Moradores da localidade de Diogo Simão cortaram hoje, durante várias horas, o abastecimento de agua à cidade de São Tomé e montaram barricadas, em protesto contra as más condições rodoviárias.

O corte no depósito da água que abastece a capital, situado em Diogo Simão, obrigou à deslocação ao local do ministro dos Recursos Naturais e Meio Ambiente, José da Graça Diogo, que se fez acompanhar do comandante geral da polícia, três agentes policiais e uma equipa da Empresa de Agua e Energia, EMAE.

Um morador que não se quis identificar disse à Agência Lusa que o protesto tem como fundamento a falta de cumprimento de promessas de campanha feitas pelo anterior ministro das infra-estruturas, obras públicas e urbanismo.

"Assinámos com o ex ministro Delfim Neves um compromisso de que seis meses depois da campanha (para as presidenciais em 30 de Julho de 2006) ele reabilitava a estrada da nossa localidade. Mas isso não aconteceu e hoje nem sequer conseguimos escoar os produtos que produzimos e quando chove as nossas crianças nem podem ir à escola", reclamou.

O ministro dos Recursos Naturais e Meio Ambiente, José da Graça Diogo, que conversou com os populares, disse à Lusa que os moradores de Diogo Simão "estão a reivindicar uma coisa que nada tem a ver com a outra".

José da Graça Diogo censurou a atitude dos moradores, reconheceu que "não foi uma acção bonita" e sublinhou que "não se deve extremar posições" quando se trata de tentar encontrar solução para os problemas.

No entanto, os moradores decidiram restabelecer o fornecimento de agua à capital do país como situação transitória até a próxima terça-feira, altura em que o titular dos Recursos Naturais e Meio Ambiente prometeu deslocar-se novamente à localidade em causa para discutir com os residentes de Diogo Simão uma solução que possa por termo definitivo ao descontentamento popular.

Mas José da Graça Diogo adiantou à Lusa que uma solução para o problema das estradas em Diogo Simão não se resolve com um estalar de dedos. "É preciso fazer-se estudos e ver se existem condições financeiras".

Diogo Simão situa-se a cerca de 10 quilómetros do centro da capital, na estrada de terra e esburacada que liga à segunda maior cidade de São Tomé, Trindade.


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