Moçambique regista segundo óbito e eleva total para 233

por Lusa

Maputo, 28 mai 2020 (Lusa) - Moçambique registou, nas últimas 24 horas, o segundo óbito devido à covid-19, além de seis novos casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando o total de 227 para 233, anunciaram as autoridades.

A vítima, com idade entre 45 e 50 anos, estava internada numa unidade hospitalar, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse a diretora de Saúde Pública, Rosa Marlene, falando durante a atualização de dados sobre a pandemia no país.

"Trata-se de uma cidadã de nacionalidade moçambicana, cujo caso foi anunciado na quarta-feira", declarou Rosa Marlene.

Segundo o diretor adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, a vítima apresentava "patologias subjacentes", acrescentando que decorrem trabalhos para a localização de possíveis contactos.

"Nós sabemos que a mortalidade é maior nos indivíduos idosos e nos que têm uma comorbilidade. O [novo] coronavírus pode precipitar o progresso de doenças e resultar, infelizmente, em óbito", declarou Eduardo Samo Gudo.

No dia em que o país regista o segundo óbito, Rosa Marlene anunciou mais seis novos casos, que foram registados em Cabo Delgado (3), Nampula (1), Maputo (1) e Niassa (1), sendo que nesta última província trata-se do primeiro caso registado pelas autoridades.

"Os casos encontram-se em isolamento domiciliar e neste momento decorre o processo de mapeamento dos contactos", declarou Rosa Marlene, acrescentando que se trata de cinco moçambicanos e um britânico.

Dos 233 casos registados em Moçambique, 207 são de transmissão local e 26 são importados.

Do total de casos já registados, 131 estão na província de Cabo Delgado, 11 em Nampula, dois casos na Zambézia, 44 na cidade de Maputo, 22 na província de Maputo, 12 em Sofala, três em Tete, um em Manica, três em Inhambane, um em Niassa, e três em Gaza.

Desde o anúncio do primeiro caso no país, a 22 de março, foram feitos 9.818 testes, tendo sido submetidas a quarentena cerca de 15 mil pessoas das mais de 800 mil rastreadas, continuando 1.330 a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde.

Com o estado de emergência que vigora desde 01 de abril, o país vive com várias restrições: espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos de trabalho ou outros essenciais para tratar.

Durante o mesmo período, há limitação de lotação nos transportes coletivos, é obrigatório o uso de máscaras na via pública, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos está suspensa.

O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, vai proferir hoje uma declaração à nação, às 20:00 (19:00 em Lisboa), e espera-se que apresente os próximos passos depois de decretado o estado de emergência em abril e prorrogado até 30 de maio - sendo que a Constituição permite mais duas prorrogações.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.195 casos e oito mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (1.043 casos e 12 mortos), Cabo Verde (390 casos e quatro mortes), São Tomé e Príncipe (443 casos e 12 mortos), Moçambique (233 casos e dois mortos) e Angola (73 infetados e quatro mortos).

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