MNE turco alerta para consequências dos bombardeamentos de Israel na Síria
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros salientou que o país "não está à procura de confrontação" com Telavive na Síria, mas alertou para os possíveis perigos para que os repetidos ataques de Israel em solo sírio podem acarretar para a região, nomeadamente na contenção do Estado Islâmico.
Nos últimos dias, o exército israelita afirmou ter atacado quartéis-generais e locais de armazenamento de armas e equipamentos no sul da Síria. Segundo Telavive, os bombardeamentos aéreos visavam eliminar “ameaças futuras”.
“Não queremos nenhum confronto com Israel na Síria, porque a Síria pertence aos sírios. (…) Se querem ter certos entendimentos com os israelitas, o problema é deles”, vincou Hakan Fidan em entrevista à agência Reuters.
A Turquia, membro da NATO, tem sido uma das vozes mais críticas de Israel pelos seus ataques a Gaza desde o 7 de outubro, acusando Telavive de genocídio contra os palestinianos. Agora, a animosidade entre as duas potências propaga-se também à questão da Síria, país que faz fronteira com ambos os países.
Já esta sexta-feira, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros alertou para a possibilidade de combatentes do Estado Islâmico ou militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) se aproveitarem da “ausência de forças regulares” e capacidades militares neste “período de transição” que a Síria atravessa.
"Infelizmente, Israel está a eliminar, uma a uma, todas estas capacidades que um novo Estado [sírio] pode utilizar contra o Estado Islâmico e outros ataques e ameaças terroristas", vincou o MNE turco.
Para o responsável, o que Israel “está a fazer na Síria não está só a ameaçar a segurança do país, mas também a abrir caminho” para fomentar “instabilidade” no Médio Oriente.