O ministro português dos Negócios Estrangeiros admite que a União Europeia (UE) declare "como persona non grata a embaixadora venezuelana", depois da expulsão da homóloga da UE em Caracas, e criticou o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Nicolás Maduro expulsou na segunda-feira a embaixadora da UE, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, no país desde maio de 2017, horas depois de a União Europeia sancionar mais 11 funcionários de Caracas.
A medida foi uma resposta a uma decisão da UE de sancionar 11 funcionários da administração venezuelana, acusados de "atuar contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional e de violar a imunidade parlamentar" dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
Na entrevista, Santos Silva salientou que "a UE quando decreta sanções não o faz à maneira dos Estados Unidos (EUA)".
"Não decretamos sanções que têm como alvo a economia ou a população venezuelana, sancionamos indivíduos. Essas sanções resumem-se a limitações que estão no nosso direito, limitações de que se podem deslocar livremente no espaço da UE e congelamento de ativos financeiros ou patrimoniais na Europa", frisou.
O governante referiu-se à Venezuela como um país mergulhado numa "gravíssima crise humanitária", com "um fluxo de refugiados e de migrantes que é o mais importante de deslocações forçadas na América Latina" e com "uma gravíssima crise económica e social", que não foram causados "pela falta de recursos ou de gente qualificada" no país.
Sobre o pacote financeiro disponibilizado por Bruxelas para apoio a países da América Latina no combate ao impacto socioeconómico da covid-19, avaliado em mais de 900 milhões de euros, o ministro garantiu que essa ajuda não fica em causa por causa das ações do Presidente venezuelano.
Tópicos