MNE de São Tomé quer lutar contra fuga de cérebros com mais aposta na formação

por Lusa

 O chefe da diplomacia são-tomense mostrou-se hoje satisfeito com os resultados do Conselho de Ministros da CPLP e admitiu que o acordo de mobilidade em vigor na organização constitui um desafio para fixar os jovens nos países menos desenvolvidos.

Falando aos jornalistas no final do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Gareth Guadalupe elogiou os documentos aprovados que serão sujeitos à cimeira da organização, no domingo, e comentou os desafios que o novo acordo de mobilidade, já em vigor, constitui para os vários países.

Esse foi também um dos motivos para São Tomé e Príncipe eleger os temas Juventude e Sustentabilidade como pontos principais da sua presidência da organização, sucedendo a Angola (cooperação económica) e Cabo Verde (mobilidade), admitiu o titular dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe.

A juventude e a sustentabilidade fazem "a ponte" com os dois temas e "no centro das duas preocupações está o ser humano".

Em São Tomé e Príncipe, a maioria da população tem menos de 18 anos e o grande objetivo do governo é "formar e educar os jovens, porque são eles que fazem a ponte entre as gerações atuais e as gerações futuras".

No entanto, com o acordo de mobilidade, é possível requerer mais facilmente vistos para procurar trabalho noutros países, o que constitui um desafio para os países mais pobres, admitiu o governante.

"Os jovens são livres de, se assim o entenderem, emigrar", mas "no que toca a nós, São Tomé e Príncipe em particular, o que temos de fazer, de facto, é de criar condições para que esses jovens possam ficar, se assim o entenderem", afirmou o ministro.

Por outro lado, é objetivo também "garantir que não tenhamos a fuga de cérebros", acrescentou Gareth Guadalupe, reconhecendo que essa pressão migratória entre os mais jovens é comum noutros países, após a entrada em vigor do acordo de mobilidade.

"É uma experiência que nós também temos vindo a observar em outros Estados-membros da CPLP", porque os "jovens têm se deslocado para outros Estados que, se calhar, apresentam melhores oportunidades", explicou.

"Temos de formar os nossos jovens não apenas em qualidade mas também em quantidade para garantir que se alguns assim decidirem emigrar, os que ficam também têm as mesmas competências e podem continuar a ajudar o país no rumo do desenvolvimento", sublinhou o ministro, na conferência de imprensa final.

Quanto à sustentabilidade, o ministro disse que a presidência da CPLP que São Tomé e Príncipe assumirá, por dois anos, a partir de domingo, vai abordar o tema na sua "dimensão económica, social e ambiental", procurando incentivar políticas integradoras.

"Depende de nós tudo fazermos para reverter os impactos que as alterações climáticas têm tido, não só ao nível da nossa comunidade, mas em todo o mundo", afirmou.

A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, no próximo domingo, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade". 

 

 

PJA // JH

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