O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Li Zhaoxing, apontou hoje Cabo Verde como um exemplo a seguir nas relações ente a China e África, acrescentando que é um país pequeno, defensor das causas justas.
"Cabo Verde sempre defendeu a justiça, seguiu os princípios da Carta das Nações Unidas, quer se trate da questão da reforma das Nações Unidas ou da defesa do princípio de Uma só China", que determina que Taiwan não pode nunca ser independente, disse Li, falando perante centenas de jornalistas no encontro anual sobre a política externa chinesa.
"Ainda recentemente fui a Cabo Verde, em África, e fui recebido com um calor e gentileza enormes", prosseguiu Li, na conferência de imprensa realizada à margem da quarta sessão do 10º congresso da Assembleia Nacional Popular (ANP), o parlamento chinês, que teve início no domingo e termina no próximo dia 14.
"As pessoas (de Cabo Verde) são muito modestas e diziam-me constantemente que `o país é muito pequeno`. Eu disse-lhes, sinceramente, que o importante numa montanha não é a altura e o importante num país não é o tamanho. O importante é que o país sempre tenha defendido as causas justas," concluiu o ministro.
Li Zhaoxing visitou Cabo Verde em Janeiro último, onde assinou um acordo de cooperação que inclui um empréstimo sem juros de 02 milhões de dólares atribuído pela China a Cabo Verde na área da Saúde.
A cooperação entre China e Cabo Verde data de Abril de 1976, quase um ano após a independência (05 de Julho de 1975), com o estabelecimento das relações diplomáticas.
Desde então, Cabo Verde tem recebido da China apoio económico e técnico, incluindo a construção dos edifícios do Governo, da Assembleia Nacional e da Biblioteca Nacional, entre outros projectos.
A China está neste momento a construir a primeira barragem de Cabo Verde, na ilha de Santiago, e os dois países estão a negociar a construção de outras barragens e de um estádio nacional a erguer nos arredores da capital.
Li Zhaoxing apontou Cabo Verde como exemplo a seguir nas relações entre a China e África, com o qual a China vai estabelecer uma parceria estratégica.
"A China e os países africanos vão construir uma parceria estratégica que conduz a apoio político, benefícios económicos mútuos e uma relação cultural próxima", referiu Li, explicando a política externa chinesa para África, anunciada em Pequim, em Janeiro passado, com a publicação de um livro branco sobre o tema.
"A relação com África é uma parte muito importante da política externa chinesa", defendeu o ministro, considerando que a cooperação entre a China e países africanos "tem sido bem sucedida em diversas áreas".
(Essa cooperação) "conduziu ao desenvolvimento dos países envolvidos, serviu o interesses dos dois lados e do desenvolvimento comum", concluiu Li, lembrando que se comemoram em 2006 os 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e África.
