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Ministros sul-americanos defendem mais integração enquanto esperam por Milei

por Lusa

Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa sul-americanos reuniram-se hoje em Brasília para reafirmar o compromisso com a integração, admitindo ser necessária "paciência e esperar" pela Argentina que será governada por Javier Milei.

Durante a reunião, a primeira do género em mais de uma década, foi feito um balanço geral do estado dos programas de cooperação e das iniciativas para uma maior integração delineadas durante a cimeira sul-americana de maio, também a primeira em nove anos.

Além do Brasil, anfitrião, participaram delegações da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, que atuou como porta-voz da reunião, a principal conclusão foi de que América do Sul está firmemente comprometida com a necessidade de retomar seus processos e mecanismos de integração.

Em resposta aos jornalistas sobre o novo panorama que pode surgir após a vitória eleitoral na Argentina de Javier Milei Viera disse: "Teremos que ter paciência e esperar".

Milei afirmou que as suas prioridades em matéria de política externa serão os Estados Unidos e Israel e disse que o Mercosul, constituído pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, "é uma união aduaneira defeituosa que prejudica os bons argentinos".

Ele também questionou a permanência da Argentina em outros blocos regionais, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), além do mecanismo criado em Brasília em maio passado.

A reunião realizada hoje em Brasília contou com a presença de representantes do Governo argentino presidido por Alberto Fernández, que passará o poder ao líder libertário no dia 10 de dezembro.

A reunião abordou igualmente a tensão que surgiu entre a Venezuela e a Guiana relativamente ao conflito de Essequibo.

"Os delegados da Guiana e da Venezuela apresentaram as suas posições" e "os outros países instaram a chegar a um entendimento através dos canais diplomáticos e a resolver as suas disputas pacificamente", disse Vieira.

As divergências ressurgiram depois do Governo de Nicolás Maduro ter convocado um referendo para o dia 30 de dezembro para consultar sobre a possível incorporação do Essequibo ao mapa nacional e a concessão da nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da área disputada.

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