O Presidente queniano, William Ruto, nomeou hoje o ministro do Interior, Kithure Kindiki, como o novo vice-presidente, horas depois da histórica destituição de Rigathi Gachagua, anunciou o presidente da Assembleia Nacional.
"Esta manhã recebi uma mensagem de Sua Excelência o Presidente, a respeito da nomeação do professor Kithure Kindiki (...) para preencher o cargo vago de vice-presidente da República do Quénia, na sequência do `impeachment` do anterior titular ", anunciou Moses Wetangula aos deputados.
Rigathi Gachagua foi destituído na quinta-feira, depois de um processo inédito, a culminar vários meses de conflito com o presidente William Ruto.
Gachagua, de 59 anos, que estava hospitalizado no momento da votação, tornou-se o primeiro vice-presidente afastado do cargo no âmbito de um processo de destituição, previsto na Constituição de 2010.
Depois de uma semana da adoção, por uma maioria esmagadora, da moção de destituição pela Assembleia Nacional, o Senado julgou-o culpado de "violação grave" da Constituição, em particular pelas ameaças aos juízes e práticas políticas de divisão étnica.
Mas foi considerado inocente de alegações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Este processo histórico levantou incertezas no Quénia, considerado uma democracia estável em uma região instável.
Ruto tinha escolhido Gachagua como parceiro de lista para a presidencial de 2022, apesar de uma reputação sulfurosa, marcada por várias acusações de corrupção.
Dotado de uma sólida rede de influência, em particular, na região estratégica do Monte Quénia, este antigo empresário da etnia kikuyu -- maioritária no país -- desempenhou um papel crucial na vitória de Ruto face ao rival Raila Odinga (50,49% contra 48,85%).
Mas as relações entre os dois homens à cabeça do Estado deterioraram-se, em particular depois de um movimento antigovernamental que abalou o país em junho e julho.