Ministro defende reforço do pilar europeu da NATO "por causa de Putin"

por Lusa

 O ministro da Defesa advogou hoje o reforço do contributo nacional para o pilar europeu da NATO "não por causa de Trump mas por causa de Putin" e perante uma Rússia "que já funciona em economia de guerra".

"Para conseguirmos estar do lado certo da História, do lado dos nossos aliados, na defesa desses valores, temos de assumir as responsabilidades que nos são pedidas, em favor da segurança coletiva, reforçando o contributo nacional para o pilar europeu da Aliança Atlântica", defendeu Nuno Melo, que falava no encerramento do congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, que decorreu na Academia Militar, na Amadora, Lisboa.

Nuno Melo alertou para estimativas que apontam que "o investimento russo em Defesa para 2025 deverá ultrapassar a globalidade do investimento dos 27 países-membros da União Europeia".

"Isso deve fazer-nos refletir a todos, ponderado que a Rússia funciona já em modo de economia de guerra", avisou.

Neste contexto, continuou o governante, tal significa a obrigação também de Portugal de investir mais em Defesa "não por causa de Trump, mas por causa de Putin", citando o nome indicado para o cargo de comissário para a Defesa e o Espaço, o ex-primeiro ministro lituano, Andrius Kubilius.

Nuno Melo defendeu as medidas já adotadas pelo atual Governo PSD/CDS-PP para os militares das Forças Armadas, e realçou que Portugal decidiu ainda "reforçar o papel que lhe compete na NATO", antecipando para 2029 o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em despesas militares.

"Não obstante, recordaria também as declarações de há três dias do Secretário-Geral da NATO, que, expressando certamente o sentimento dos aliados, adverte que 2% é já uma meta porventura ultrapassada, e para isso indica valores superiores a 3%", advertiu.

O esforço de Portugal, continuou, deverá ser feito "junto dos aliados", até para "reforço da credibilidade" do país, "tendo obviamente também necessariamente em conta todas as contingências orçamentais".

"Mas é bom que percebamos o caminho e para onde o mundo, no plano político, também nos vai conduzindo", acrescentou.

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