Ministro das Finanças da Guiné-Bissau apresenta queixa-crime contra dirigente sindical

por Lusa

O ministro das Finanças guineense, João Fadiá, apresentou hoje no Ministério Público, em Bissau, uma queixa-crime contra o secretário-geral da União Nacional de Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), Júlio Mendonça, por "acusações graves" feitas contra si.

"Acabo de depositar no Ministério Público uma queixa-crime contra o senhor Júlio António Mendonça, que é secretário-geral da UNTG, central sindical, porque ontem (quinta-feira) deu uma conferência de imprensa em que proferiu graves acusações à minha pessoa, acusações que tocam a minha honra, dignidade e família", afirmou o ministro.

João Fadiá falava aos jornalistas à porta do Ministério Público após ter depositado a queixa-crime.

"Acreditando na justiça da Guiné-Bissau, da minha terra, vim precisamente reclamar que a justiça seja feita. Se eu for criminoso, que a justiça me condene, se não for, ele vai fazer a reparação dessas acusações", disse.

Numa conferência de imprensa conjunta com os dirigentes sindicais que estiveram detidos por alegadamente terem retirado o aparelho que permite a conexão em rede dos computadores, o secretário-geral da UNTG exigiu a "demissão imediata de Fadiá" por, disse, "estar a prejudicar o próprio Governo e os interesses da Guiné-Bissau".

"O ministro das Finanças age como se o ministério das Finanças fosse dele", observou Júlio Mendonça.

O dirigente da maior central sindical da Guiné-Bissau prometeu apresentar "mais uma queixa-crime contra Fadiá", por alegada "arbitrariedade e ilegalidade" contra os trabalhadores da Função Pública e avisou que se aquele não sair do Governo "as greves não vão acabar" no país.

Os funcionários das Contribuições e Impostos iniciaram no dia 03 uma greve geral de 12 dias, entre outros, para exigir do Ministério das Finanças a equiparação salarial com os técnicos das Alfândegas e o pagamento de nove meses de salários em atraso a alguns colaboradores.

A UNTG convocou uma greve geral, que vai quase em três meses, para reivindicar melhores condições de trabalho, respeito das regras de acesso à administração pública e aumento do salário mínimo nacional.

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