Ministro da Justiça diz que aprovou busca a mansão de Trump e quer razões divulgadas

por Lusa

Em plena tempestade política nos EUA entre democratas e republicanos, o ministro da Justiça, Merrick Garland, afirmou hoje que tinha "aprovado pessoalmente" a busca feita pelo FBI à mansão de Donald Trump no estado da Florida.

Durante uma conferência de imprensa excecional, Garland não revelou nada sobre as razões e os resultados da busca, mas adiantou que tinha sido autorizada por um juiz federal.

"Aprovei pessoalmente a decisão de solicitar um mandado de busca para este assunto", declarou Garland.

"O Departamento de Justiça não toma este género de decisão de ânimo leve", garantiu.

Esta busca inédita feita pela polícia federal (FBI, na sigla em Inglês) a um antigo presidente dos EUA ocorreu na segunda-feira, à residência de luxo de Trump em Mar-a-Lago, Palm Beach.

A busca do FBI teve a ver com os numerosos documentos que Trump levou consigo quando saiu da Casa Branca, em janeiro em 2021? Está ligada ao inquérito ao assalto ao Capitólio? Diz respeito às suspeitas de fraude financeira que estão a motivar uma investigação à Trump Organization no estado de Nova Iorque?

Garland não revelou o que quer que fosse sobre a busca do FBI. Apenas aludiu a uma "causa provável" justificativa da decisão das autoridades, mas sem explicitar.

O chefe do Departamento de Justiça também já pediu a um tribunal que revele o mandado de busca do FBI à propriedade imobiliária de Trump.

O pedido é significativo porque estes documentos permanecem selados enquanto duram as investigações.

"O poderoso e claro interesse público na compreensão do que se passou nestas circunstâncias pesa muito em favor da divulgação" do documento, segundo um pedido apresentado hoje num tribunal federal na Florida.

Entretanto, na quarta-feira, Trump foi ouvido sob juramento na Procuradoria-Geral de Nova Iorque.

Mas, aí, invocou ao longo de quatro horas mais de 440 vezes o seu direito de não responder às perguntas, invocando a 5.ª Emenda da Constituição dos EUA, segundo a comunicação social dos EUA.

A procuradora-geral estadual, Letitia James, investiga desde 2019 as suspeitas de fraude financeira no seio do grupo empresarial familiar Trump Organization.

Segundo um dos advogados de Trump, Ron Fischetti, citado pela televisão NBC, a única resposta que o seu cliente deu foi dar o seu nome.

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