Ministro belga quer população vigilante, mas diz que "não há motivo para pânico"
O ministro belga do Interior, Jan Jambon, detalhou o seu plano contra o terrorismo e a radicalização e deixou a mensagem de que a população deve manter-se vigilante, mas indicou que "não há motivo para pânico".
Num dia em que foram divulgadas detenções por planeamento de ataques no fim de ano, o governante, citado pela imprensa, deixou uma mensagem: "sim, devemos permanecer vigilantes, a ameaça permanece. Não, não há motivo para pânico".
O plano do governante passa por melhorar o acompanhamento e adotar uma postura de tolerância zero para combatentes estrangeiros, pela intensificação da monitorização das atividades criminais, pelo reforço da presença da polícia federal e pela luta contra redes de economia paralela.
Jan Jambon informou que medidas específicas vão ser tomadas para a comuna de Bruxelas Molenbeek, onde se encontram "muitos `retornados`", em declarações ao jornal Le Soir.
"Mas a situação é idêntica noutras zonas junto do Canal. O que fazemos em Molenbeek, vamos aplicar noutros locais", afirmou o ministro, numa referência às comunas de Saint-Gilles, Anderlecht, Molenbeek, Cidade de Bruxelas, Koekelberg, Schaerbeek e Saint-Josse.
"O apoio aos terroristas, nas comunidades, é maior do que eu esperava", comentou o ministro acerca da fuga de Salah Abdeslam, suspeito de envolvimento nos ataques de Paris de 13 de novembro, que causaram 130 mortos.
"Se ele conseguiu esconder-se por tanto tempo, é porque teve apoio da comunidade. Há uma certa simpatia, que leva à ajuda dos terroristas, por uma minoria da comunidade", acrescentou.
O ministro garantiu ainda que atualmente apenas há preocupação com a segurança dos cidadãos e das instituições.
A Procuradoria belga divulgou hoje a detenção de suspeitos de planearem atentados para as celebrações do Ano Novo em Bruxelas.
Um dos homens foi preso sob a suspeita de planear ataques e também por "desempenhar um papel de liderança em atividades de um grupo terrorista e recrutar", enquanto outro enfrenta acusações de planeamento e "participação em ativistas de um grupo terrorista", refere o mesmo comunicado.
A imprensa local relatou uma "operação antiterrorista discreta, mas importante" realizada nos últimos dias, em Bruxelas, na região de Liège e na província Brabante flamenga, no âmbito de um mandato ordenado por um juiz de instrução da capital belga, especializado em questões de terrorismo.