Desde o início do conflito no Médio Oriente que milhares de pessoas têm saído às ruas de Londres em defesa do povo palestiniano e contra a posição do Governo de Rishi Sunak, que juntamente com a sua ministra do Interior Suella Braverman, criticaram as manifestações pró-Palestina considerando-as “demonstrações de ódio”.
Esta quarta-feira o polémico
artigo de Suella Braverman no jornal britânico
The Times parece ter inflamado mais a tensão no Reino Unido.
A ministra acusou a polícia londrina de aplicar “dois pesos e duas medidas” e de “ter favoritos quando se trata de manifestantes”. Segundo Braverman, os
manifestantes de direita foram “justamente recebidos com uma resposta severa”, enquanto as “multidões pró-palestinianas” foram “largamente ignoradas”.
A correspondente da RTP em Londres, Rosário Salgueiro, a acompanhar os protestos na capital londrina.
Segundo o jornal britânico
The Guardian, Downing Street solicitou alterações ao conteúdo do artigo de Suella Braverman para ser "mais moderado". O pedido foi desafiado pela própria ministra e as alterações solicitadas acabaram por não ser tidas em conta. Uma “investigação informal” sobre a forma como o artigo foi publicado terá sido aberta por Downing Street.
Face aos apelos da oposição para a demitir e várias críticas de ministros do atual Governo, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, está sob pressão na véspera de um fim de semana em que deverão comparecer juntos a propósito da comemoração do Dia do Armistício, no Cenotáfilo, a 11 de novembro e em que está também convocada mais uma marcha de protesto pró-palestiniana.
A ministra britânica do Interior deverá manter-se no cargo, pelo menos durante este fim de semana, uma vez que o “objetivo coletivo” do Governo britânico é garantir que os eventos agendados decorrem na normalidade, de acordo com uma comunicação do porta-voz de Rishi Sunak.
"O nosso objetivo coletivo, em colaboração com o Ministério do Interior e outros colegas do Governo,
é assegurar que os eventos comemorativos deste fim de semana sejam protegidos de perturbações e que os veteranos e as pessoas que se reúnem para assinalar o Domingo da Memória e a comunidade judaica não sejam alvo de intimidações inaceitáveis", afirmou o porta-voz do primeiro-ministro, conta o
The Guardian.
Enquanto o chefe do Governo britânico não se pronuncia sobre o sucedido e o futuro de Suella Braverman, vários membros do atual Governo têm se afastado da posição da ministra do Interior. O chanceler britânico Jeremy Hunt disse, em declarações ao canal britânico
Sky News:
"Não são palavras que eu próprio teria usado", enquanto o ministro britânico da Educação, Robert Halfon disse à
LBC “Não o faria. Tudo o que eu faço em termos de artigos ou discursos tem de ser aprovado pelo 10".