Ministério Público dos EUA diz que passaporte diplomático de Alex Saab é falso

por Lusa
Reuters

O passaporte diplomático de Alex Saab Moran, acusado de branqueamento de capitais pelos Estados Unidos, é possivelmente falso, disse o Ministério Público, durante o julgamento do colaborador próximo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Os procuradores norte-americanos apresentaram na segunda-feira, num tribunal de Miami, no estado da Florida (sudeste), documentos que colocam dúvidas sobre como e quando é que Maduro terá alegadamente nomeado Saab como enviado especial do governo.

Os documentos incluem uma cópia do suposto passaporte diplomático de Saab, com uma foto e assinatura idênticas a outro passaporte, não diplomático, emitido quase dois anos depois, algo que segundo o Ministério Público indica uma possível "falsificação".

Os procuradores também apresentaram uma cópia impressa do Diário Oficial da Venezuela de 26 de abril de 2018, que contradiz uma versão eletrónica da mesma edição, apresentada pelos advogados de defesa e que supostamente demonstrava que Saab foi nomeado enviado especial por decreto presidencial de Maduro.

"Esse fato coloca em questão de forma significativa se o regime de Maduro realmente nomeou Saab Moran como seu enviado especial e, em vez disso, sugere que esta foi uma história fabricada", defenderam os procuradores Kurt Lunkenheimer e Alex Kramer.

Colombiano nacionalizado venezuelano, Saab foi detido em Cabo Verde quando o seu avião ali fez escala e foi extraditado para os Estados Unidos em junho de 2020, onde é acusado de branqueamento de capitais.

Caracas descreveu a detenção como ilegal, já que Saab disse que tinha passaporte diplomático.

A extradição de Alex Saab para território norte-americano levou ainda o Governo de Maduro a suspender, em outubro de 2021, as negociações com a oposição venezuelana, no México.

Tópicos
PUB