Militares israelitas organizam passeios turísticos a zonas ocupadas na Síria
As forças militares israelitas estão a organizar caminhadas para civis durante a semana da Páscoa em territórios sírios recentemente ocupados, de acordo com os órgãos de comunicação locais. Os bilhetes para estes passeios turísticos, que ocorrerão nos Montes Golã duas vezes por dia, esgotaram quase de imediato.
A excursão inclui ainda o lado síria do Monte Hermon, com vista para Damasco, e as Quintas de Shebaa, no Líbano, na base da montanha. A área libanesa ocupada por Israel tem sido, desde há décadas, um foco de violência entre Telavive e o grupo Hezbollah.
Os turistas poderão ainda caminhar e nadar no vale do rio Ruqqad, que desagua no rio Yarmouk, na fronteira com a Jordânia, e ver partes do caminho-de-ferro otomano abandonado do Hejaz, que ligava a capital do império, Istambul, a Haifa, Nablus e a locais sagrados na atual Arábia Saudita.Israel ocupa os Montes Golã desde 1967 e controla atualmente centenas de quilómetros quadrados de território sírio.
Segundo o jornal israelita Yedioth Ahronoth, estes passeios foram organizados pela 210ª divisão das Forças de Defesa de Israel, pelo Conselho Regional dos Golã, pelo centro de educação religiosa Keshet Yehonatan, pela escola ambientalista Golan Field School e pela autoridade israelita para a natureza e parques.
As excursões fazem parte de uma iniciativa mais ampla chamada "Regresso a um Norte mais seguro", criada após o fim da guerra Israel-Hezbollah do ano passado, uma das consequências regionais provocadas pelo ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023 e pela guerra que se seguiu na Faixa de Gaza.
"É importante para nós restaurar o património e o turismo na região e contar a história das batalhas travadas durante a guerra", afirmou o Exército israelita.
Israel iniciou intensos bombardeamentos por toda a Síria pouco depois da queda do regime de Bashar al-Assad, há cerca de quatro meses.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exigiu que as forças do novo governo de transição sírio se afastassem da zona fronteiriça e que os militares de Israel permanecessem até se encontrar uma solução alternativa.
c/ agências