O chefe das Forças Armadas ucranianas avançou que já foi assinado um documento que permite aos instrutores militares franceses visitarem em breve os centros de treino da Ucrânia, onde irão dar formação. Entretanto, esta terça-feira o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros defendeu que o envio de tropas polacas para o terreno também não deve ser descartado.
"Já assinei os documentos que permitirão que os primeiros instrutores franceses visitem em breve os nossos centros de treino e se familiarizem com as suas infraestruturas e pessoal", acrescentou Syrskyi.
O chefe das Forças Armadas da Ucrânia disse ainda acreditar que a determinação de Paris pode encorajar outros aliados a juntarem-se a este "ambicioso projeto".
Esta terça-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está em Portugal para encontros com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Num esclarecimento emitido mais tarde, o Ministério ucraniano da Defesa adiantou que Kiev manifestou já em fevereiro interesse num projeto que permitisse a ajuda de instrutores estrangeiros.
"Neste momento, ainda estamos em conversações com França e outros países sobre esta questão", explicou.
No final de fevereiro, o presidente francês colocou em cima da mesa a hipótese de enviar tropas para a Ucrânia e sugeriu que uma das suas tarefas poderia ser a formação de militares ucranianos.
"Como já foi mencionado várias vezes, a formação em solo ucraniano é um dos projetos discutidos desde a conferência sobre o apoio à Ucrânia convocada pelo presidente da República [Emmanuel Macron] a 26 de fevereiro”, referiu na segunda-feira em comunicado à agência Reuters o Ministério da Defesa de França.
"Tal como todos os projetos discutidos na altura, esta via continua a ser objeto de discussão com os ucranianos, nomeadamente para compreender as suas necessidades exatas", acrescentou.
Polónia não deve descartar envio de tropas
Esta terça-feira, o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros afirmou que o seu país não deve descartar o envio de tropas para território ucraniano, mas não esclareceu que papel estas devem desempenhar. As declarações surgem numa altura em que Kiev se debate com avanços russos no terreno.
“Não devemos descartar essa hipótese. Devemos deixar [Vladimir] Putin sem saber quais as nossas intenções”, afirmou Radoslaw Sikorski numa entrevista a diários internacionais.
Não é a primeira vez que o ministro polaco faz sugestões como esta, tendo anteriormente considerado que a presença de tropas da NATO na Ucrânia “não é impensável”.
A Rússia tem vindo a ganhar terreno na Ucrânia desde que a contraofensiva de Kiev no ano passado não obteve resultados significativos contra as tropas inimigas. Ao mesmo tempo, as forças ucranianas têm sido prejudicadas por atrasos no fornecimento de armas e munições.
c/ agências