Um grupo de milicianos em Cabo Delgado, norte de Moçambique, matou duas pessoas suspeitas de pertencerem a grupos insurgentes no distrito de Macomia, revelaram fontes locais.
Na ocasião, apreenderam-lhes dois machados e duas catanas manchadas de sangue.
Suspeita-se que as armas foram usadas nalguns dos recentes ataques que vitimaram civis na zona sul da província de Cabo Delgado, para onde se deslocaram rebeldes em fuga da operação militar contra a insurgência armada que desde 2017 atinge a província.
Os dois suspeitos viviam em Macomia, de onde desapareceram de forma suspeita após a primeira invasão da vila por grupos extremistas em maio de 2020.
Há cerca de duas semanas surgiram denúncias da sua presença na zona de Nagulue, nomeadamente junto de poços de onde os camponeses tiram água.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada há quatro anos por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.