Milhares de pessoas manifestam-se hoje em Bagdade em apoio aos palestinianos e contra os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas a Israel no sábado, segundo imagens da televisão estatal iraquiana.
"Não à ocupação! Não aos Estados Unidos!", gritavam os manifestantes na praça Tahrir, no coração da capital iraquiana.
Reunidos a pedido do líder xiita Moqtada Sadr, em apoio a Gaza e contra Israel, os manifestantes agitavam bandeiras palestinianas e iraquianas enquanto uma enorme bandeira israelita foi colocada no chão para que os manifestantes a pisassem, segundo um fotógrafo da agência de notícias AFP.
"Esta manifestação visa denunciar o que está a acontecer na Palestina ocupada, o derramamento de sangue e a violação de direitos", disse à AFP Abou Kayan, organizador e membro do movimento liderado Sadr.
Em torno da praça Tahrir, o movimento de Moqtada Sadr impôs medidas de segurança rigorosas. As forças de segurança iraquianas foram destacadas em grande número para a área da manifestação.
Moqtada Sadr é um opositor do Governo do Iraque, mas o movimento de apoio a Gaza beneficia do suporte explícito do Governo iraquiano. A defesa da causa palestiniana tem um amplo consenso no Iraque, um país predominantemente árabe e muçulmano.
O Governo iraquiano, apoiado por uma maioria parlamentar de partidos próximos ao Irão, aliado do Hamas, considerou que o ataque lançado sábado contra Israel pelo movimento islamita palestiniano foi o "resultado natural da opressão sistemática" a que os palestinianos estão sujeitos "pela autoridade de ocupação sionista".
Israel tem concentrado forças junto à Faixa de Gaza numa indicação de uma possível ofensiva terrestre, depois de ter bombardeado o território controlado pelo grupo islamita Hamas nos últimos dias.
A escalada no conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pela incursão sem precedentes do Hamas em Israel no sábado, matando civis e militares e fazendo mais de uma centena de reféns, levados para a Faixa de Gaza.
Desde então, o conflito provocou mais de 1.300 mortos do lado israelita e mais de 1.500 do lado palestiniano.
Os bombardeamentos israelitas provocaram também mais de 423 mil deslocados na Faixa de Gaza.