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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Mil dias de guerra. Ucrânia lançou mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano na Rússia

por Mariana Ribeiro Soares, Inês Moreira Santos, Carlos Santos Neves - RTP

A Ucrânia terá atacado a região russa de Bryansk com pelo menos seis mísseis de longo alcance ATACMS produzidos nos Estados Unidos, acusou esta terça-feira o Ministério russo da Defesa. Acompanhamos aqui, ao minuto, o evoluir do conflito a leste.

Emissão da RTP3


EPA

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por Lusa

Estragos ambientais causados pela invasão russa da Ucrânia estimados em 71 mil milhões de dólares

A invasão da Ucrânia pela Federação Russa causou estragos ambientais estimados em 71 mil milhões de dólares e causou um aumento importante das emissões de gases com efeito de estufa, declarou terça-feira na capital azeri uma ministra ucraniana.

"A natureza é uma vítima silenciosa desta guerra", disse a ministra da Proteção do Ambiente e dos Recursos Naturais ucraniana, Svetlana Grinchuk, durante a realização da 29.ª Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

O impacto sobre o clima, em particular a destruição de florestas que equilibram naturalmente as emissões de dióxido de carbono, mostra que as consequências da guerra "não afetam apenas a Ucrânia, mas todo o mundo", disse a jornalistas.  

Segundo o governo ucraniano, o custo ambiental da guerra eleva-se a 71 mil milhões de dólares. O conflito levou também à emissão de 180 milhões de toneladas de dióxido de carbono, acrescentou.

Em 2023, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento quantificou em 56 mil milhões de dólares de estragos ambientais causados pela guerra à Ucrânia.

Segundo Grinchuk, a invasão russa danificou três milhões de hectares de florestas.


 

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por Lusa

EUA vão enviar 260 milhões de euros em armamento para Kiev antes de Trump tomar posse 

O Pentágono vai enviar para Kiev 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas antes de Donald Trump tomar posse como Presidente dos Estados Unidos, a 20 de janeiro de 2025, disseram hoje autoridades norte-americanas.

A administração de Joe Biden, prosseguiram as fontes, está a apressar-se para fazer o máximo que puder para ajudar Kiev a combater a Rússia nos dois meses que restam ao atual residente norte-americano, pois o pacote de ajuda está ainda por aprovar.

A última parcela de ajuda em armamento surge num momento em que crescem as preocupações sobre uma escalada no conflito, com ambos os lados a pressionar para obter qualquer vantagem que possam explorar se Trump exigir um fim rápido para a guerra, tal como o Presidente eleito prometeu fazer.

Segunda-feira, Biden autorizou a Ucrânia a disparar mísseis de longo alcance na Rússia, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a aumentar a parada e a decretar a possibilidade de o exército da Rússia a utilizar armas nucleares.

As autoridades norte-americanas afirmaram que a mudança de estratégia da Rússia na doutrina nuclear era esperada.

No entanto, Moscovo alertou hoje que o novo uso do Sistema de Mísseis Táticos do Exército, conhecido como ATACMS, pela Ucrânia, dentro da Rússia poderá desencadear uma resposta forte.

Sob anonimato, fonte norte-americana, citada pela agência noticiosa Associated Press (AP), disse que os Estados Unidos não veem indicações de que a Rússia se esteja a preparar para usar armas nucleares na Ucrânia. 

As autoridades norte-americanas falaram sob condição de anonimato porque o pacote de ajuda ainda não foi tornado público.

Questionado hoje se um ataque ucraniano com mísseis norte-americanos de longo alcance poderia potencialmente desencadear o uso de armas nucleares, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu afirmativamente. 

Peskov apontou para a disposição da doutrina que mantém a porta aberta após um ataque convencional que levanta ameaças críticas à "soberania e integridade territorial" da Rússia e da sua aliada Bielorrússia.

Uma autoridade dos EUA, também sob anonimato, disse que a Ucrânia disparou hoje oito mísseis ATACM contra a Rússia e que apenas dois foram intercetados, estando em curso uma avaliação aos danos provocados num armazém de munições em Karachev, na região de Bryansk.

As armas do novo pacote de ajuda à Ucrânia incluem uma mistura de armamento de defesa aérea, incluindo Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS), bem como cartuchos de artilharia de 155 milímetros (mm) e 105 mm, munições perfurantes de blindados Javelin e outros equipamentos, bem como peças sobressalentes, disseram as mesmas autoridades norte-americanas, sempre sob anonimato.

As armas serão fornecidas com base na chamada "autoridade de retirada presidencial", que permite ao Pentágono enviar rapidamente armamento para a linha da frente da Ucrânia antes da tomada de posso de Trump.

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por Lusa

Portugal entre dezenas de países que reafirmam na ONU apoio a Kiev

Dezenas de países, incluindo Portugal, reafirmaram hoje na sede das Nações Unidas (ONU) o seu apoio à "soberania, independência e unidade da Ucrânia" e exigiram a retirada imediata das forças russas do território ucraniano.

"Esta guerra tem de parar", instou o embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, ao ler um comunicado em nome de cerca de cinquenta Estados e que assinalava o milésimo dia da invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Reafirmamos o nosso apoio à soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia", frisou o diplomata, rodeado por representantes de vários aliados de Kiev, incluindo dos Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, França, Japão, Austrália, Canadá, Suíça, Argentina, Coreia do Sul ou da União Europeia.

No comunicado, lido em Nova Iorque, foi repetida a exigência para que Moscovo cesse o uso da força contra a Ucrânia e retire "imediata, completa e incondicionalmente as suas forças militares do território ucraniano dentro das suas fronteiras internacionais reconhecidas".

Os Estados condenaram ainda os contínuos ataques indiscriminados da Rússia a áreas residenciais densamente povoadas e a infraestruturas civis críticas na Ucrânia, que fazem elevar o número de mortos, deslocamentos e destruição diariamente.

"Mil dias de guerra são um lembrete trágico da necessidade de continuarmos empenhados em garantir que o direito internacional prevaleça não apenas na Ucrânia, mas onde quer que seja desafiado", acrescentaram os signatários.

Questionado por jornalistas sobre a escalada do conflito nas últimas horas, o embaixador ucraniano advogou que a única forma de fazer com que Moscovo concorde com negociações é através da "força".

"Temos de fazer com que os russos se sentem à mesa de negociações e a única maneira de fazer isso é pela força", defendeu Kyslytsya.

"Temos que estar unidos para evitar a guerra. Não acredito que alguém na liderança russa seja corajoso o suficiente para cometer suicídio. As pessoas são muito fracas na Rússia", acrescentou o diplomata, ao comentar a escalada da retórica sobre uso de armas nucleares.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

A guerra na Ucrânia começou há mil dias com a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.

O conflito provocou a maior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

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por RTP

Macron chama Putin "à razão" e pede a Xi Jinping que exerça "todo o seu peso" sobre Moscovo

O presidente francês chamou o seu homólogo russo “à razão”, condenando a sua postura de “escalada” perante a Ucrânia, e pediu ao presidente chinês que exerça toda a sua influência sobre Moscovo.

“Estes últimos dias e estas últimas horas marcaram uma evolução do conflito de forma preocupante, com uma postura de escalada e, portanto, particularmente belicosa por parte da Rússia”, disse Emmanuel Macron aos jornalistas após a cimeira do G20 no Rio de Janeiro.

“Eu realmente quero chamar a Rússia à razão. Ela tem responsabilidades como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou, acusando Moscovo de se estar a tornar “uma potência de desestabilização global”.

“Que a paz chegue em 2025 é o que todos queremos. Depende antes de tudo da Rússia, que tem de parar de atacar, de bombardear, de matar, de invadir. E depende também da solução que os protagonistas deste conflito conseguirem encontrar”, afirmou

Emmanuel Macron, que se encontrou esta terça-feira com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira do G20, disse ainda que pediu ao presidente chinês para exercer a sua influência sobre Moscovo, de quem Pequim continua a ser aliado.

“Apelei ao presidente Xi Jinping para usar todo o seu peso, a sua pressão, a sua capacidade de negociação sobre o presidente Putin para que ele pare com os ataques”, disse Macron.
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por RTP

Kiev pede que se mantenha a "cabeça fria" perante "chantagem" nuclear de Moscovo

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia pediu que se mantenha a "cabeça fria" face à revisão da doutrina nuclear russa, que alarga a possibilidade de utilização de armas atómicas, considerando que se trata de uma chantagem.

“A sua doutrina nuclear revista e a sua retórica sobre a utilização de armas nucleares não são mais do que uma chantagem", afirmou Andrii Sybiga esta terça-feira a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos.

“Devemos manter a cabeça fria, as ideias claras e não ceder ao medo", apelou.

Durante uma conferência de imprensa, uma porta-voz do Pentágono afirmou que a revisão da doutrina nuclear russa “não é surpreendente".

"Isto é algo que continuamos a monitorizar, mas não há indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar uma arma nuclear na Ucrânia", disse Sabrina Singh.

"Esta é a mesma retórica irresponsável que vimos antes e que vimos, francamente, nos últimos dois anos", acrescentou.
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por RTP

Montenegro lembra direitos fundamentais para apelar à contenção no uso do nuclear

O primeiro-ministro espera que os avisos de Vladimir Putin sejam apenas "ameaças de retórica" e não se transformem em "operações no terreno". No segundo dia da cimeira do G20, Luís Montenegro apelou à responsabilidade de todos para que a escalada do conflito não vá mais longe.

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Momento-Chave
por RTP

Pentágono reage com naturalidade à nova doutrina nuclear do Kremlin

O Pentágono encara com naturalidade à atualização da doutrina russa do nuclear e fala de retórica irresponsável de Moscovo, considerando no entanto que se tratará de mera retórica e que não existe verdadeira intenção de usar esse tipo de armamento.

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por RTP

Armamento nuclear. Bluff de Vladimir Putin ou último recurso?

O arsenal nuclear é o último recurso a que o presidente russo poderá recorrer passados que estão mil dias da guerra na Ucrânia. Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, um cenário em cima da mesa poderá ser a tentativa de ganhar uma derradeira vantagem em possíveis negociações apadrinhadas pelo novo presidente norte-americano.

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por RTP

Zelensky falou ao Parlamento Europeu e foi aplaudido de pé no hemiciclo

Foto: Olivier Matthys - EPA

Ao milésimo dia de guerra, o executivo de Kiev aprovou um orçamento para o próximo ano com um valor record de 60 por cento dedicado à defesa e segurança. Quando as forças russas já ocupam cerca de um quinto do país vizinho, Zelensky anunciou ainda o que identificou como um plano de resiliência do país. Perante o Parlamento Europeu, sublinhou que Putin só recuará se a isso for obrigado.

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por RTP

Rússia acena com armas nucleares após ataque com mísseis de longo alcance

Foto: Yuri Kochetkov - EPA

A Rússia promete responder com armas nucleares em caso de um ataque com armamentos convencionais. O presidente Putin assinou uma nova doutrina nuclear do país no dia em que a Ucrânia atacou território russo com mísseis de longo alcance ocidentais.

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por RTP

Ataque da Ucrânia à Rússia dominou final da Cimeira do G20 no Brasil

O ataque da Ucrânia à Rússia com mísseis de longo alcance dominou a Cimeira do G20 no Brasil. França a Alemanha acusam Putin de estar a agravra a situação de guerra. O presidente americano manteve o silêncio.

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por RTP

Josep Borrell critica ameaça russa de recorrer a arsenal nuclear

Foto: Gleb Garanich - Reuters

O chefe da diplomacia europeia diz que a ameaça russa é "uma atitude irresponsável". O assunto dominou o encontro de ministros da Defesa da União Europeia com o secretário-geral da NATO.

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por RTP

Moscovo promete resposta a mísseis norte-americanos lançados por Kiev

Foto: Carlos Barria - Reuters

A Ucrânia atacou pela primeira vez território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos. Moscovo promete uma resposta apropriada e acusa a Ucrânia e o Ocidente de quererem agravar o conflito.

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por Lusa

Rússia diz que abateu `drones` na mesma região alvo de mísseis ATACMS

O Ministério da Defesa russo reivindicou hoje o abate de 11 `drones` ucranianos na região fronteiriça de Bryansk, ocorrido horas depois do primeiro ataque com mísseis norte-americanos ATACMS de longo alcance contra a mesma região.

De acordo com a nota militar, os onze drones foram destruídos entre as 18:00 e as 19:00, horas locais (15:00 e 16:00 de Lisboa).

O ataque de drones` ucranianos surge depois de Moscovo ter confirmado a primeira ofensiva com mísseis ATACMS contra Bryansk.

Segundo os militares russos, cinco mísseis foram abatidos e fragmentos de um sexto atingiram o complexo de uma instalação militar em Bryansk sem causar vítimas ou danos.

Anteriormente, o Estado-Maior ucraniano tinha revelado, sem fornecer detalhes sobre o tipo de armamento utilizado, um ataque bem-sucedido contra um arsenal do Exército Russo em Bryansk.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou hoje que o Ocidente procura uma escalada do conflito na Ucrânia e insistiu que, sem a participação de especialistas norte-americanos, é impossível utilizar os mísseis balísticos que atingem o território russo.

Lavrov voltou a referir as palavras do Presidente russo, Vladimir Putin, que anteriormente falou do envolvimento direto da NATO na guerra em caso de autorização de ataques ao território russo com armas ocidentais de longo alcance.

Da mesma forma, lembrou que a nova doutrina nuclear russa foi hoje aprovada e confiou que os líderes ocidentais irão "estudá-la bem".

No sentido contrário, as autoridades ucranianas informaram hoje que pelo menos uma pessoa morreu e quase vinte ficaram feridas, vítimas de um novo ataque das forças russas na região de Kherson, no sul do país.

"O Exército Russo voltou a bombardear localidades na região de Kherson, utilizando aviões, artilharia, morteiros e drones", disse a Procuradoria Regional no Telegram.

Hoje assinalam-se mil dias do conflito na Ucrânia, iniciado com a invasão da Rússia em 24 de fevereiro de 2022, numa fase em que as forças ucranianas perdem território na frente leste do país e que tentam manter as posições ocupadas desde agosto na região fronteiriça russa de Kursk.

No domingo, os Estados Unidos autorizaram o uso sem precedentes de mísseis norte-americanos de longo alcance em solo russo, como forma de tentar inverter o curso da guerra, antes da chegada do inverno e do republicano Donald Trump, crítico do apoio militar de Washington a Kiev, à Casa Branca.

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por RTP

EUA dizem não ter razões para ajustar postura nuclear

Os Estados Unidos “não viram nenhuma razão para ajustar a postura nuclear”, disse o Departamento de Estado esta terça-feira, depois de o presidente russo ter assinado uma doutrina de recurso alargado a armas nucleares.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse não estar surpreendido com a decisão russa, mas pediu a Moscovo para que pare com a “retórica irresponsável”.

Matthew Miller disse que Washington está “muito preocupado” com a guerra híbrida conduzida pela Rússia e garantiu que os EUA continuam em “contacto próximo” com os parceiros europeus sobre o assunto.
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por Lusa

Zelensky prevê que vencedor da guerra será conhecido em 2025

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, previu hoje que 2025 vai decidir o vencedor da guerra travada há mil dias com a Rússia, avisando que não cederá a pressões dos aliados, enquanto lançava metas de produção de mísseis e `drones`.

"Nos momentos decisivos, que chegarão no próximo ano, não devemos permitir que ninguém no mundo duvide da resiliência de todo o nosso Estado e este passo determinará quem prevalecerá", declarou Zelensky, num discurso muito aplaudido pelos deputados do parlamento ucraniano.

O líder da Ucrânia sublinhou que "a guerra decidirá o destino de toda a nação" e reafirmou o direito da Ucrânia à sua independência, que é negada por Moscovo.

"Para exercer este direito, devemos manter-nos fortes. Não podemos entrar em colapso agora, deve ser o ocupante a entrar em colapso, não nós", insistiu, deixando um apelo para que não se traia os ucranianos mortos no campo de batalha.

A Ucrânia, acredita Zelensky, pode derrotar a Rússia: "É muito difícil, mas temos força interior para o fazer".

Perante a Verkhovna Rada (parlamento), o Presidente ucraniano apresentou o seu Plano de Resiliência Interna, reiterando o compromisso de defender a soberania e integridade territorial face à ameaça russa e a pressões crescentes para negociar a paz com Moscovo.

"Não estamos a negociar a soberania, a segurança ou o futuro da Ucrânia. Não abdicaremos dos nossos direitos sobre qualquer parte do nosso território. Nem permitiremos que o nosso Estado seja utilizado em batalhas eleitorais na Europa. Ninguém ganhará à custa da Ucrânia", advertiu.

Volodymyr Zelensky sublinhou que não existe alternativa à NATO para a Ucrânia ou para qualquer país da Europa, num momento em que "o mundo está à procura de novos formatos de cooperação e a Ucrânia introduziu o seu próprio", recordando a sua Fórmula da Paz, que reuniu no verão na Suíça cerca de uma centena de países e organizações internacionais.

Num mês marcado pela eleição do republicano Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, levantando dúvidas sobre a continuação do apoio militar de Washington a Kiev, e que o Presidente cessante, Joe Biden, autorizou o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia, o líder ucraniano anunciou uma nova meta para a produção própria de armamento.

Nesse sentido, a Ucrânia deverá produzir pelo menos 30 mil drones de longo alcance e três mil mísseis de cruzeiro e drones-mísseis em 2025, de acordo com o plano de resiliência apresentado na Verkhovna Rada.

"Tal como fizemos este ano, vamos cumprir plenamente as metas para a produção e fornecimento de todos os outros tipos de `drones` no próximo ano", afirmou.

Na sua intervenção, Zelensky levantou ainda a possibilidade de se esperar pela saída do Presidente russo, Vladimir Putin, do Kremlin para tentar recuperar todos os territórios ucranianos ocupados por Moscovo, numa rara abordagem a uma solução não militar.

"Não abandonámos uma perspetiva racional para garantir os direitos do nosso Estado. Temos de agir de forma inteligente. Talvez a Ucrânia deva sobreviver a uma determinada pessoa em Moscovo para atingir todos os seus objetivos", comentou.

A Ucrânia perdeu a iniciativa militar no terreno de combate há mais de um ano e está a perder território diariamente há vários meses na frente leste para as forças de Moscovo em superioridade numérica, enquanto tenta manter as posições na região fronteiriça russa de Kursk que ocupa desde agosto.

Vladimir Putin exige como condições para o fim do conflito a rendição da Ucrânia, a anexação dos territórios ucranianos parcialmente ocupados de Donetsk e Lugansk, no leste, e de Kherson e Zaporijia, no sul, além da península da Crimeia, anexada desde 2014.

O líder do Kremlin quer também a desmilitarização da Ucrânia e o abandono das suas ambições de aderir à NATO.

Kiev recusa todas estas condições, alegando que não se trata de uma negociação mas de uma capitulação, e exige a devolução imediata e incondicional dos territórios invadidos, à luz do Direito Internacional.

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por Lusa

Zelensky quer autorização de Berlim para usar mísseis perante nova doutrina nuclear russa

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que chegou o momento da Alemanha autorizar o uso de armas alemãs em território russo, tal como fizeram os norte-americanos, após o líder russo, Vladimir Putin, ter ratificado a nova doutrina nuclear de Moscovo.

"Penso que, depois destas declarações sobre armas nucleares, é altura de a Alemanha apoiar as decisões corretas", afirmou Zelensky numa conferência de imprensa conjunta, em Kiev, com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

Citado pelas agências noticiosas ucranianas, Zelensky avançou que está a trabalhar com os outros parceiros para que estes se juntem à decisão dos Estados Unidos da América, que após vários meses de hesitação autorizaram no fim de semana passado a Ucrânia a utilizar os mísseis de longo alcance norte-americanos ATACMS contra alvos no território russo.

Zelensky confirmou que detém os mísseis e que já os usou, como anunciou o Ministério da Defesa russo.

Agora o objetivo do líder ucraniano é conseguir que o chanceler alemão, Olaf Scholz, autorize o uso dos mísseis alemães Taurus.

Zelensky tem insistido que só permitindo que a Ucrânia dispare contra alvos militares e logísticos em território russo é que as capacidades das forças armadas da Rússia podem ser prejudicadas.

Putin assinou hoje um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, permitindo o uso alargado deste tipo de armamento contra qualquer "agressão" por parte de um "Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear".

A ratificação ocorreu no dia em que assinalam mil dias da ofensiva russa contra a Ucrânia.

"Entre as condições que justificam o uso de armas nucleares está o lançamento de mísseis balísticos contra a Rússia", segundo o decreto.

Putin advertiu, no final de setembro, que Moscovo já poderia usar armas nucleares no caso de um "lançamento massivo" de ataques aéreos contra a Rússia e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão "conjunta", exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Putin tem falado sobre a possível utilização de armas nucleares.

Na mesma conferência de imprensa em Kiev, Zelensky criticou a falta de reação dos líderes do G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias do mundo), atualmente reunidos no Brasil, à revisão da doutrina nuclear russa.

"Hoje, os países do G20 estão reunidos no Brasil. Já disseram alguma coisa? Nada", afirmou Zelensky, lamentando a ausência de uma "estratégia forte" por parte destes países.

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Momento-Chave
por RTP

Ucrânia. Marcelo diz não estar à espera que haja "perda de controlo"

Foto: Nuno Patrício - RTP

Apesar dos recentes desenvolvimentos, o presidente da República disse que não está à espera "que haja uma perda de controlo e uma escalada" no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

"Trata-se de administrações muito experientes, que lidam com isto há muitos anos", disse Marcelo Rebelo de Sousa esta terça-feira.

Sobre a autorização dos EUA à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance em território russo, Marcelo sublinha que "este é um apoio que vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva, mas mesmo assim é limitado".

Relativamente à notícia de que Vladimir Putin assinou uma nova doutrina de recurso alargado a armas nucleares, o presidente da República lembra que "não é a primeira vez" que a Rússia utiliza esta "terminologia tradicional" com ameaças de utilização de armamento nuclear, mas sublinha que Moscovo tem de ter consciência que "há patamares que não se podem ultrapassar".

"Os valores devem ser defendidos, mas há sempre uma ideia subjacente a tudo: afirmar esses valores, mas sempre construindo a paz", sublinhou.
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por Lusa

EUA denunciam "retórica irresponsável" da Rússia sobre doutrina nuclear

A Casa Branca condenou hoje a "retórica irresponsável" da Rússia após a revisão da sua doutrina nuclear alargando a possibilidade de utilização de armas atómicas, mas insistiu que tal não exige uma revisão da doutrina norte-americana.

"Esta é mais uma demonstração da retórica irresponsável que a Rússia tem demonstrado nos últimos dois anos", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano à agência noticiosa francesa AFP.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

O "documento de planeamento estratégico" inclui a "posição oficial sobre a dissuasão nuclear", "define os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear" e garante uma resposta à "agressão" de "um potencial inimigo", quer contra a Rússia, quer "contra os seus aliados".

Putin já havia advertido, no final de setembro, que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um "lançamento massivo" de ataques aéreos contra o país e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão "conjunta", exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

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por Sérgio Infante - Antena 1

Aumentam as suspeitas de sabotagem em cabos submarinos no Mar Báltico

Foto: Murat Usubali - Anadolu via AFP

Aumentam as suspeitas de sabotagem no Mar Báltico, depois de dois cabos submarinos de telecomunicações terem sido cortados.

Os Estados Unidos responsabilizam a Rússia e a Suécia garante ter informações que aumentam as suspeitas de sabotagem.

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Momento-Chave
por Alexandra Sofia Costa - Antena 1

Rússia diz que uso de mísseis dos EUA em solo russo é "nova fase do conflito"

Foto: EPA

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros acusa o ocidente de tentar escalar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia ao permitir aos ucranianos a utilização de armas de longo alcance.

Respondendo a questões dos jornalistas na reunião do G20, Sergei Lavrov foi claro ao considerar que esta autorização dada à Ucrânia marca uma nova fase nesta guerra.

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por RTP

Ucrânia a trabalhar com todos os aliados para ter luz verde ao uso de mísseis de longo alcance

Volodymyr Zelensky disse esta terça-feira que a Ucrânia está a trabalhar com todos os aliados para conseguir o apoio para usar armas de longo alcance.

O presidente da Ucrânia acrescentou ainda que é hora da Alemanha apoiar as capacidades de ataque de longo alcance contra a Rússia.
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Momento-Chave
por RTP

EUA confirmam: Ucrânia usou mísseis ATACMS contra a Rússia

A Ucrânia usou mísseis ATACMS fabricados nos Estados Unidos dentro da Rússia pela primeira vez, confirmou Washington num comunicado oficial, citado pela Reuters.
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por RTP

Alargamento de doutrina nuclear por Putin tem "significado simbólico", diz Borrell

O Alto-Representante cessante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, considerou esta tarde que a alteração da doutrina nuclear da Rússia tem “um significado simbólico” no milionésimo dia da invasão russa.

“Não é a primeira vez que Putin apresenta a carta nuclear” e é uma "decisão irresponsável", disse Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial de defesa, em Bruxelas, a sua última enquanto Alto-Representante do bloco político-económico para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Borrell considerou que a decisão do Kremlin de alargar o escopo de utilização do armamento nuclear “tem um significado simbólico”, mesmo sendo o milésimo dia de guerra na Ucrânia.

Insistindo novamente que "não é a primeira vez" que Moscovo ameaça uma escalada do conflito, o responsável pela diplomacia da UE acrescentou que “o destino dos ucranianos determinará o destino da União Europeia”.
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por RTP

Ucrânia atacou a Rússia com mísseis ATACMS dos EUA, confirmou alto funcionário ucraniano à AFP

O exército ucraniano atingiu a região fronteiriça russa de Bryansk com mísseis norte-americanos ATACMS de longo alcance, confirmou um alto funcionário ucraniano à AFP esta terça-feira, após Moscovo acusar Kiev do ataque.

“O ataque à região de Bryansk foi realizado com mísseis ATACMS”, disse o responsável, falando sob condição de anonimato.

Questionado sobre o assunto, o presidente ucraniano não negou nem confirmou, limitando-se a dizer que o país tinha ATACMS à sua disposição e iria “utilizá-los”.
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por RTP

Países europeus prontos para assumir ajuda a Kiev se Washington reduzir apoio

Seis países europeus dizem estar prontos para fornecer ajuda financeira e militar a Kiev se Washington reduzir apoio, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski, sublinhando a importância do reforço da defesa europeia.

“É com agrado que verifico que os principais países da União Europeia (UE) estão dispostos a assumir o ónus do apoio militar e financeiro à Ucrânia, no contexto de uma possível redução do compromisso dos Estados Unidos”, afirmou Sikorski, que sublinhou também a necessidade de reforçar a UE no domínio da Defesa.

O ministro polaco falava após uma reunião diplomática em Varsóvia que juntou os homólogos de mais quatro países da União Europeia (França, Alemanha, Itália e Espanha) e do Reino Unido, no dia em que são assinalados os mil dias de guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022.
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por RTP

EUA não mudam política nuclear após mudança de doutrina da Rússia

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que os Estados Unidos não se surpreenderam pela aprovação de uma nova doutrina nuclear por parte da Rússia. Apesar do decreto-lei assinado pelo presidente russo, Washington não planeia ajustar a própria doutrina nuclear em resposta.
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por RTP

Lavrov promete resposta "apropriada" após lançamento de míssil ATACMS contra a Rússia

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, exorta o Ocidente a ler "toda" a doutrina russa sobre o uso de armas nucleares.

Contudo, a Rússia fará tudo o que for possível para evitar o início de uma guerra nuclear, assegurou o ministro russo dos Negócios Estrangeiro.

No Rio de Janeiro, à margem da cimeira do G20, Lavrov disse que as armas nucleares serviriam como um impedimento para guerra nuclear.
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por RTP

Ministros da Defesa da União Europeia analisam situação na Ucrânia

Foto: Olivier Hoslet - EPA

Em Bruxelas, os ministros europeus da Defesa procuram adaptar-se aos últimos desenvolvimentos no cenário da guerra da Ucrânia. E também nas suas consequências ao nível do grande jogo da geopolítica.

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Lavrov reforça acusações
por RTP

Ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirma que ataques contra Bryansk são sinal de escalada ocidental

À margem da cimeira do G20, no Brasil, o chefe da diplomacia russa deixa claro que, para Moscovo, o recurso a mísseis de longo alcance norte-americanos por parte da Ucrânia, contra região de Bryansk, constituem um "claro sinal" de que o Ocidente deseja fazer subir a fasquia do conflito a leste.


"Sem os americanos, é impossível usar estes mísseis de alta tecnologia, como Putin disse repetidamente", frisou Serguei Lavrov, para manifestar a expectativa de que a nova doutrina russa para a utilização de armas nucleares, agora assinada pelo presidente russo, seja "lida com atenção".
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por RTP

Mil dias de guerra. Zelensky defende ataque a depósitos de armas e bases aéreas russas

O presidente da Ucrânia avisa que o número de tropas norte-coreanas ao serviço da Rússia pode crescer até aos 100 mil efetivos.

Na intervenção diante do Parlamento Europeu, no dia em que se assinala mil dias de guerra e numa alusão ao uso de mísseis de longo alcance, Volodymyr Zelensky referiu que é preciso atacar os depósitos de armas e as bases aéreas na Rússia.
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RTP em Moscovo. Putin está a elevar o tom e apostas

Evegueni Mouravitch, correspondente da RTP em Moscovo, analisa o decreto agora assinado por Vladimir Putin que abre caminho à utilização de armas nucleares como resposta aos Estados Unidos. Isto depois de a Casa Branca ter revelado que Kiev poderia usar armas de longo alcance contra alvos no país invasor.

"As armas nucleares são o último trunfo à disposição de Vladimir Putin", explica Evegueni Mouravitch.

Em relação à utilização de mísseis de longo alcance norte-americanos por parte das tropas ucranianas, o correspondente da RTP na Rússia alerta para a possibilidade de o Kremlin poder responder com mais força em território ucraniano.
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por RTP

Moscovo denuncia ataque de Kiev à Rússia com mísseis dos EUA

Numa altura em que passam mil dias desde o início da guerra, a Ucrânia terá usado, pela primeira vez, mísseis de longo alcance norte-americanos.

A Rússia prossegue também com ataques intensos a várias regiões ucranianas. Na última noite, morreram oito pessoas em Sumy e 11 ficaram feridas.
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Investimento em Defesa
por RTP

Maiores países da União Europeia "a favor" de euro-obrigações para a Defesa

Os cinco maiores países da União Europeia pronunciaram-se a favor da ideia de euro-obrigações - sistema especial de empréstimos - destinadas ao financimento da Defesa no bloco comunitário, afirmou esta terça-feira o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski.

Sikorski esteve reunido, em Varsóvia, com os homólogos alemão, francês, italiano, espanhol e britânico.
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Ponto de situação
por RTP

Moscovo acusa Kiev de atingir território russo com mísseis de longo alcance

  • A Ucrânia terá atacado instalações militares na região russa de Bryansk, durante a noite passada, com seis mísseis de longo alcance ATACMS fabricados nos Estados Unidos, avançam as agências de notícias russas, que citam o Ministério da Defesa do país;


  • “Às 3h25, o inimigo atingiu um local na região de Bryansk” com “mísseis táticos ATACMS”, indica em comunicado o Ministério da Defesa da Rússia, que garante que cinco mísseis foram destruídos e outro foi danificado pelos mísseis antiaéreos russos;


  • Detritos de um míssil caíram numa instalação militar na região, provocando um incêndio, é ainda acrescentado. Não há registo de vítimas nem estragos;


  • No dia em que guerra na Ucrânia completa mil dias desde a invasão russa, o presidente russo assinou um decreto que abre caminho à utilização de armas nucleares em resposta a uma "agressão por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear". A decisão de Vladimir Putin foi conhecida depois da notícia da luz verde da Casa Branca a Kiev para o uso de armas de longo alcance contra alvos no país invasor;


  • O presidente Ucraniano participou na manhã desta terça-feira, por videoconferência, numa sessão do Parlamento Europeu. Aos eurodeputados, Volodymyr Zelensky afirmou que Vladimir Putin "está concentrado na vitória. Ele não vai parar por si próprio. Quanto mais tempo tiver, mais as condições se deterioram";


  • O apoio militar à Ucrânia é precisamente o tema quente da reunião desta terça-feira dos ministros da Defesa da NATO. Antes do início do encontro, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, reafirmou que os planos da expansão territorial da Rússia não se limitam à Ucrânia e felicitou o povo ucraniano pela capacidade de resistência.
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por Inês Moreira Santos - RTP

Mil dias de guerra na Ucrânia. Putin assina nova doutrina de recurso alargado a armas nucleares

Maxim Shipenkov - Pool via Reuters

No dia em que guerra na Ucrânia completa mil dias desde a invasão russa, o presidente russo acaba de assinar um decreto que abre caminho à utilização de armas nucleares em resposta a uma "agressão por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear". A decisão de Vladimir Putin é conhecida depois da notícia da luz verde da Casa Branca a Kiev para o uso de armas de longo alcance contra alvos no país invasor.

Em resposta à decisão de Joe Biden de dar luz verde à Ucrânia para usar mísseis de longo alcance em território russo, Vladimir Putin assinou um decreto-lei, esta segunda-feira, que permite o uso alargado de armas nucleares contra qualquer “agressão” por parte de um “Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”.

“Além disso, uma resposta nuclear da Rússia é possível no caso de uma ameaça crítica à sua soberania, mesmo com armas convencionais, no caso de um ataque à Bielorrússia como membro do Estado da União, [ou] no caso de um lançamento em massa de aeronaves militares, mísseis de cruzeiro, drones, outras aeronaves e a sua travessia da fronteira russa”
, acrescenta o documento, citado pela Reuters.A assinatura do decreto ocorre quando se assinalam mil dias da ofensiva contra a Ucrânia.

O "documento de planeamento estratégico" inclui a "posição oficial sobre a dissuasão nuclear", "define os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear" e garante uma resposta à "agressão" de "um potencial inimigo", quer contra a Rússia, quer "contra os seus aliados".

O decreto, publicado no portal de documentos legais das autoridades russas, visa "melhorar a política estatal no domínio da dissuasão nuclear" e contempla a entrada em vigor a partir da mesma assinatura de Putin.

Outro caso que abre caminho a tal recurso, de acordo com o mesmo decreto, é “a cedência de território e de meios para a agressão contra a Rússia”.
Evgueni Mouravitch | Correspondente da RTP em Moscovo

Com esta atualização da doutrina nuclear, a Rússia reserva-se o direito de usar armas nucleares caso seja alvo de um ataque com mísseis apoiado por uma potência nuclear e, segundo o Kremlin, qualquer agressão levada a cabo contra a Rússia por parte de um Estado-membro de uma coligação será considerada por Moscovo como um ataque conjunto. Ou seja, se uma potência nuclear, como os Estados Unidos, ajudar a Ucrânia a atacar território russo, a Rússia assume isso como um ataque conjunto.O Kremlin já tinha avisado, em setembro, que a Rússia poderia usar armas nucleares em resposta a um ataque em massa.

O porta-voz do Kremlin afirmou, entretanto, que o uso de mísseis ocidentais não nucleares pelas forças armadas ucranianas contra a Federação Russa, com o novo decreto de lei, poderia levar a uma resposta nuclear. Numa conferência de imprensa, Dmitry Peskov adiantou ainda que a doutrina nuclear tem de ser objeto de análise profunda tanto na Rússia como noutros países.

“Foi necessário adaptar os nossos fundamentos à situação atual”, explicou o porta-voz da presidência russa, face ao que Vladimir Putin considera serem “ameaças” emanadas do Ocidente contra a segurança da Rússia.

Segundo Peskov, a Federação Russa considera o uso de armas nucleares uma medida extrema, mas que a atualização da doutrina era necessária para alinhar o documento à atual situação política.
A "operação especial", continuou, está a ocorrer devido a uma guerra desencadeada pelo Ocidente contra a Rússia. Além disso, os militares russos estão a monitorizar de perto os relatórios sobre planos para usar mísseis de longo alcance dos EUA na região de Kursk, na Rússia.
Kiev insiste que não vai submeter-se à Rússia
No dia em que se assinala o milésimo dia da invasão russa da Ucrânia, a diplomacia de Kiev declara que nunca se vai submeter apesar das dificuldades no campo de batalha e da incerteza quanto à continuidade do apoio norte-americano, após a reeleição de Donald Trump.

"A Ucrânia nunca se vai submeter aos ocupantes e os militares russos vão ser punidos por violarem o direito internacional", garantiu a diplomacia ucraniana em comunicado, esta segunda-feira, afirmando que a segurança não pode ser restabelecida sem a restauração da integridade territorial e da soberania da Ucrânia.

Esta terça-feira, o Ministério ucraniano dos Negócios Estrangeiros referiu que a Rússia, em quase três anos de guerra, aprofundou uma aliança militar com a Coreia do Norte e o Irão que representa uma ameaça crescente para a segurança e estabilidade globais.

"A crescente interação entre estes três regimes mostra que a agressão russa contra a Ucrânia é uma ameaça global que está a desestabilizar a Europa, o Sudeste Asiático e o Médio Oriente. Exige uma resposta global", refere a nota da diplomacia de Kiev.

"Precisamos de paz, não do apaziguamento", insiste o Ministério, referindo-se à "política de apaziguamento", um termo utilizado pelo Reino Unido no final dos anos 1930 para evitar a guerra com a Alemanha nazi, fazendo concessões a Berlim, e que acabaram por não resultar.



Os presidentes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu prometeram, também esta segunda-feira, à Ucrânia apoio da União Europeia “durante o tempo que for necessário” contra a agressão russa, num “dia de luto e de promessa”.

Quando se assinalam os mil dias de guerra da Ucrânia causada pela invasão da Rússia, Ursula von der Leyen partilhou numa mensagem em vídeo afirmando que “hoje é um dia de luto, mas também um dia de promessa”, com a UE a prometer a “continuar a estar ao lado [de Kiev], durante o tempo que for necessário”.

“Há mil dias, a Rússia tentou varrer a Ucrânia do mapa e, durante mil dias, a Rússia falhou devido à resistência da Ucrânia e ao sacrifício dos vossos heróis”
, assinalou a responsável, vincando que “a Rússia tem de pagar por mil dias de crimes e destruição”.

A Ucrânia tem vindo a recuar há vários meses em muitos setores da linha da frente contra um Exército russo bem armado e mais numeroso. A acrescentar a isso, a reeleição Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos leva a Ucrânia a recear que Washington venha a aceitar concessões territoriais, oferecendo à Rússia uma vitória militar, política e diplomática e alimentando as ambições geopolíticas de Vladimir Putin.Um alto diplomata ucraniano alertou também contra qualquer apaziguamento do presidente russo Vladimir Putin, dizendo que os últimos ataques à Ucrânia provam que o presidente russo não tem qualquer desejo de paz.

A Rússia atacou a rede elétrica da Ucrânia no maior ataque aéreo em quase três meses no domingo, ação que o embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra considerou que demonstrava a determinação de Putin em continuar a guerra que já dura há mil dias e em "mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio".

"Estes ataques demonstram que Putin não quer paz. Ele quer guerra", disse Yevheniia Filipenko à Reuters numa entrevista.
Ataque russo contra Sumy fez sete mortos e 12 feridos
Um ataque russo com drones fez sete mortos e 12 feridos na localidade de Hlújiv, na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, indicaram as autoridades locais. É o segundo ataque esta semana contra a mesma região.

Na madrugada de segunda-feira, 11 pessoas foram vítimas do disparo de um míssil que destruiu o edifício residencial onde se encontravam. Horas depois, um outro ataque russo fez 10 mortos na cidade de Odessa, sul da Ucrânia.

Volodymir Zelensky condenou o último ataque contra Sumy através de uma mensagem difundida pelas redes sociais.

"Hoje ocorreu um ataque com um drone contra Hlúji. Um estabelecimento de ensino foi atingido. Neste momento sabemos que morreram sete pessoas neste ataque, incluindo uma criança", escreveu o presidente da Ucrânia.

Na mesma mensagem o chefe de Estado ucraniano pediu mais uma vez ajuda militar internacional: "Todos os dias, instamos o mundo a ser suficientemente resoluto e forte para que a Ucrânia bloqueie estes ataques ao nosso povo".

"Cada ataque da Rússia só confirma as verdadeiras intenções de Putin"
, escreveu Zelensky.

Entretanto, o Exército ucraniano atacou durante a madrugada um arsenal localizado na região russa de Briansk, junto à fronteira, disse o Estado Maior da Ucrânia, em comunicado.

c/ agências
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por Cristina Sambado - RTP

Mil dias de guerra. Zelensky insiste que Putin "não vai parar sozinho"

Olivier Matthys - EPA

Na data em que se assinala mil dias da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, o presidente Ucraniano participou, por videoconferência, numa sessão do Parlamento Europeu. Aos eurodeputados, Volodymyr Zelensky afirmou esta terça-feira que Vladimir Putin "está concentrado na vitória. Ele não vai parar por si próprio. Quanto mais tempo tiver, mais as condições se deterioram".

No discurso, que recebeu uma longa ovação dos eurodeputados, Zelensky acrescentou que o número de tropas norte-coreanas ao serviço dos russos pode crescer até aos 100 mil efetivos.

Putin trouxe 11 mil soldados norte-coreanos para as fronteiras da Ucrânia. Esse contingente pode vir a atingir 100 mil homens. Enquanto alguns líderes europeus pensam em eleições e outras questões, Putin está concentrado em ganhar esta guerra. E não vai parar por iniciativa própria”, realçou o Presidente ucraniano.
Aos eurodeputados, Volodymyr Zelensky afirmou ainda que, mesmo com o apoio da Coreia do Norte, “Putin ainda é mais pequeno do que os Estados Unidos da Europa. Peço-vos que não se esqueçam disso e que não se esqueçam de tudo o que a Europa é capaz de fazer”, acrescentou.

Para Volodymyr Zelensky, "quanto mais tempo passar, mais a situação piora. Este é o melhor momento, para pressionar mais a Rússia, e é claro que a Rússia não tem qualquer intenção de se empenhar em negociações que tenham algum significado sem ver os seus depósitos de armas em território russo a arder, sem ver a sua logística atingida e bases áreas destruídas, sem perder capacidades de produzir mísseis e drones e sem os seus ativos confiscados". O Parlamento Europeu promoveu esta terça-feira, em Bruxelas, uma sessão especial para demonstrar apoio comunitário à Ucrânia quando se assinala os mil dias de guerra causada pela invasão russa.

No discurso, Zelensky também pareceu fazer uma crítica ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que recentemente desencadeou eleições antecipadas e que há muito frustra Kiev com o ritmo lento do apoio militar da Alemanha e com a sua recusa em fornecer mísseis Taurus de longo alcance, fabricados na Alemanha.

O presidente ucraniano fez ainda um apelo velado às armas de longo alcance, afirmando que, sem “certos fatores-chave, a Rússia não terá motivação real para se envolver em negociações significativas”.


"Sabem muito bem que Putin não dá valor a pessoas ou regras. Só dá valor ao dinheiro e ao poder. E são estas coisas que temos de lhe tirar para restaurar a paz", sublinhou.

Zelensky foi aplaudido de pé pelos eurodeputados durante o discurso. Mas nem todos os 720 disseram presente. Os 25 que integram o grupo de extrema-direita “Europa das Nações Soberanas” não estiveram presentes porque tinham agendada uma “reunião externa do grupo”, segundo um porta-voz. O maior continente do grupo é o partido alemão Alternative für Deutschland, que pretende acabar com a ajuda militar à Ucrânia e cujos dirigentes têm falado com aprovação do Presidente russo Vladimir Putin.

“Juntos, Ucrânia, toda a Europa e os nossos parceiros na América e em todo o mundo, conseguimos não só impedir Putin de conquistar a Ucrânia, mas também defender a liberdade de todas as nações europeias e, mesmo com Kim Jong-un da Coreia do Norte ao seu lado, Putin continua a ser mais pequeno do que a Europa. Peço-vos que não esqueçam isto e que não esqueçam o quanto a Europa é capaz de alcançar”, referiu Volodymyr Zelensky.

Se conseguimos impedir a queda do modo de vida da Europa, podemos seguramente empurrar a Rússia para uma paz justa [porque] a paz é o que mais desejamos”.

Segundo o presidente ucraniano, “o ano de 2025 decidirá se a guerra desencadeada pelo Kremlin será ganha pela Rússia ou pela Ucrânia”.

“Nos momentos decisivos, que ocorrerão no próximo ano, não devemos permitir que ninguém no mundo duvide da resiliência de todo o nosso Estado. E esta fase irá determinar quem irá prevalecer”, disse Zelensky, sublinhando que estava em causa o “destino de toda a nação”.

Para Zelensky, “todos os golpes e todas as ameaças da Rússia devem ser objeto de sanções firmes”, pelo que, apesar de nestes mil dias, a União Europeia ter avançado com medidas restritivas que permitiram “reduzir radicalmente a capacidade da Rússia de financiar a sua guerra através da venda de petróleo”, ainda persistem lacunas, com “a frota sombra de petroleiros”.

“Enquanto estes petroleiros operarem, Putin continua a matar”, vincou o Presidente ucraniano, considerando serem “essenciais sanções fortes”.

c/ agências
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por Inês Martins - Antena 1

Portugueses que vivem junto à Rússia salientam atenção dos países nórdicos

EPA

Quer na Finlândia, quer na Noruega, a invasão da Ucrânia, ocorrida há mil dias, é um acontecimento que deixa em sobressalto estas nações.

A Antena 1 falou com dois portugueses que vivem em países europeus que fazem fronteira com a Rússia.




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por RTP

G20. Alemanha e França pedem maior condenação a Putin em declaração final

Foto: André Coelho - Lusa

Ainda não terminou, mas já foi divulgada a declaração final dos líderes do G20 reunidos no Rio de Janeiro.

É um documento com 24 páginas, resultado de negociações duras, e com pedidos de alterações de última hora, mas que acaba por ser consensual.

O correspondente da RTP no Brasil, Pedro Sá Guerra, já teve acesso ao documento e revela os pontos essenciais desta declaração.
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