O primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orbán, que está isolado na União Europeia ao impulsionar o comércio de gás com a Rússia, partiu hoje para Moscovo para participar no funeral do último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev.
Viktor Orbán vai "prestar homenagem ao falecido Mikhail Gorbachev" e estará acompanhado por uma delegação húngara, disse o secretário de Estado para a comunicação internacional na sua conta no Twitter, um dia após o anúncio pela gigante russa Gazprom da pararagem do funcionamento do gasoduto Nord Stream, vital para abastecer o gás na Europa.
Uma das figuras políticas mais influentes do século XX, Gorbachev morreu na terça-feira aos 91 anos, quando, segundo o seu gabinete, estava em tratamento no hospital.
O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, promoveu uma série de reformas que desencadearam o colapso do Estado soviético autoritário, a libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e o fim de décadas de confronto nuclear russo com os Estados Unidos e países ocidentais.
O legado de Gorbachev é controverso na Rússia, sendo-lhe atribuído por setores liberais o reforço das liberdades civis, nomeadamente a de expressão fortemente constrangida durante a ditadura comunista, mas ao mesmo tempo, por alguns líderes nacionalistas, decisões que levaram ao fim do império soviético.