Mikhail Gorbatchov 1931-2022. Líderes mundiais elogiam estadista russo

por RTP
Sergei Karpukhin - Reuters

Mikhail Gorbatchov é descrito como "uma das maiores figuras do século XX" com vários líderes mundiais a elogiar responsável por ter colocado um ponto final na "Guerra Fria".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o “mundo perdeu um líder global imponente, multilateralista comprometido e defensor incansável da paz”, com a morte do último presidente da União Soviética.

“Fiquei profundamente triste ao saber da morte de Mikhail Gorbachev, um estadista único que mudou o curso da história. Ele fez mais do que qualquer outro individuo para trazer o fim pacífico da Guerra Fria”, sublinhou António Guterres.


Para o responsável das Nações Unidas, o “mundo perdeu um líder global imponente, multilateralista comprometido e defensor incansável da paz”.

Vladimir Putin afirma que Gorbatchov teve um “impacto enorme” na história mundial.

O Presidente da Rússia realça que o ex-líder soviético “compreendeu profundamente que as reformas eram necessárias” e esforçou-se para oferecer soluções para os problemas enfrentados pela União Soviética na década de 1980.


Joe Biden o último líder da União Soviética era um homem com “uma visão extraordinária”.

Em comunicado, Biden escreveu que Gorbatchov era um líder raro, com a imaginação de vislumbrar a possibilidade de um futuro diferente e coragem de arriscar toda a sua carreira para o conseguir.

"O resultado foi um mundo mais seguro e mais liberdade para milhões de pessoas"
, lembrou.

Biden recordou a conversa com o ex-líder soviético durante a sua visita à Casa Branca em 2009, quando era vice-Presidente, na qual discutiram os esforços dos EUA e da Rússia para reduzir os arsenais nucleares.

O Presidente francês recorda compromisso com a "paz na Europa” de Gorbachev.


“As minhas condolências pela morte de Mikhail Gorbachev, um homem de paz cujas escolhas abriram um caminho para a liberdade para os russos”, frisou o chefe de Estado francês.

Emmanuel Macron sublinhou ainda que o “compromisso com a paz na Europa” de Gorbatchov mudou “a história comum”.

Olaf Scholz recorda o papel de Gorbatchov na perestroika. “Não esqueceremos que a perestroika permitiu à Rússia tentar empreender o estabelecimento de uma democracia”.


Olaf Scholz recorda que o ex-líder da União soviética morreu “numa altura em que não só a democracia na Rússia falhou, mas também quando a Rússia e o Presidente Putin abriram novas sepulturas na Europa e iniciaram uma guerra terrível”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recordou Mikhail Gorbatchov como “um líder confiável e respeitado”, tendo desempenhado “um papel crucial para acabar com a Guerra Fria e derrubar a Cortina de Ferro”.

Numa mensagem publicada no Twitter, Von der Leyen sublinhou que o ex-líder da União Soviética “abriu o caminho para uma Europa livre”.


O chefe da diplomacia europeia destacou o papel de Mikhail Gorbachev, no fim da Guerra Fria, apontando que o último líder da União Soviética “iniciou uma era de cooperação com o Ocidente” que “infelizmente” não teve sequência.

Em declarações em Praga, onde hoje preside a uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, reagiu ao anúncio da morte de Gorbatchov na terça-feira, começando por apontar que “era membro do Governo espanhol quando a ‘cortina de ferro’ caiu e quando o golpe de Estado em Moscovo sucedeu”, pelo que se lembra muito bem “desses dias históricos”.

“Mikhail Gorbatchov enviou um vento de liberdade para a sociedade russa. Ele tentou mudar o sistema comunista a partir de dentro, o que se tornou impossível”, observou Borrell.


O chefe da diplomacia europeia salientou que Gorbatchov “iniciou uma era de cooperação com o Ocidente, pondo fim à ‘Guerra Fria’”, mas acrescentou que, “infelizmente as esperanças desvaneceram-se”, fazendo uma ‘ponte’ com “a situação atual”, em que o Ocidente e a Rússia estão de costas voltadas devido à agressão militar russa à Ucrânia decidida pelo atual Presidente russo, Vladimir Putin.

O primeiro-ministro demissionário britânico, Boris Johnson, manifestou admiração pela “coragem e integridade” de Mikhail Gorbachev, por este ter levado a Guerra Fria “a uma conclusão pacífica”.

“Numa época de agressão de Putin na Ucrânia, o seu incansável compromisso com a abertura da sociedade soviética continua a ser um exemplo para todos nós”, salientou Johnson numa mensagem publicada no Twitter.

“Estou triste por saber da morte de Gorbachev”, lê-se ainda.

O ex-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso recordou Mikhail Gorbatchov como uma das maiores personalidades do século XX que teve um impacto decisivo em todo o mundo.

“Foi sem dúvida umas das maiores personalidades do século XX e a sua ação teve um impacto muito para além da então União Soviética, da Rússia e da Europa.
Teve um impacto decisivo em todo o mundo”, referiu Durão Barroso, em declarações à Antena 1.

O atual presidente do Fórum Eurafrica recordou Gorbatchov como “principalmente uma pessoa decente, com uma boa intenção”.

“Apesar de ter feito a sua carreira politica no sistema totalitário comunista, era alguém que tinha um certo humanismo, queria genuinamente a paz e um sistema pluralista”, frisou.

Marcelo Rebelo de Sousa evoca Mikhail Gorbachov, como “um Homem que soube abrir a Rússia ao concerto das Nações, ao diálogo e ao compromisso, terminando com o isolamento da União Soviética e permitindo a libertação de numerosas nações que a constituíram”.

“Foi também o fim da cortina de ferro e da tensão conflitual que caracterizou toda a guerra fria, desde o final da segunda guerra até à última década do século passado”, lê-se na página da Presidência da República.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recordou Mikhail Gorbatchov como uma figura essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no leste da Europa.


Na hora da sua morte, homenageio Mikhail Gorbachev. Ele foi essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no leste da Europa”, sublinhou Augusto Santos Silva, através da rede social Twitter.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) considerou que a morte do antigo líder da União Soviética Mikhail Gorbatchovr epresenta a perda de uma das grandes personalidades do século XX, que contribuiu para uma Europa livre.

Numa mensagem publicada na sua página na rede social Facebook, o MNE diz que Gorbatchov foi "um fazedor de pontes que tanto contribuiu para uma Europa livre".



"Em tempo de guerra, a ação e o contributo para a Paz do último líder da URSS devem, mais do que nunca, ser um exemplo a seguir", salienta ainda o MNE.

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