México. Segundo conservacionista de borboletas monarca encontrado morto

por RTP
Reuters

Foi encontrado morto um segundo trabalhador de um santuário de borboletas monarca, no Estado de Michoacán, no México. O corpo apresentava sinais de espancamento e ferimentos na cabeça. Raúl Hernández é o segundo conservacionista de borboletas monarcas a ser assassinado.

Raúl Hernández desapareceu na segunda-feira, dia 27 de janeiro. Na última vez que foi visto estava a sair do trabalho.

Esta terça-feira, o corpo de Hernández foi encontrado no topo de uma colina do santuário de borboletas monarca El Campanario. Os médicos que analisaram o cadáver afirmaram que o corpo tinha bastantes hematomas e um ferimento profundo na cabeça.

As autoridades estão a investigar o crime e a tentar perceber se existe uma relação entre a morte de Raúl Hernández e de Homero Gómez – também trabalhador do santuário de borboletas – que desapareceu a 13 de janeiro, na mesma zona.

O corpo de Gómez foi encontrado dentro de um poço a 29 de janeiro. A sua família informou as autoridades de que o ativista tinha recebido ameaças que o avisam para colocar de lado a campanha contra a extração ilegal de madeira.

A Mexico State Commission for Human Rights acredita que os homens podem ter entrado em conflito com madeireiros ilegais.

O corpo do primeiro ativista morto foi encontrado sem sinais de violência. Contudo, os exames realizados mostraram que Homero Gómez sofreu um golpe na cabeça, antes de se afogar no poço.

Os dois homens encontrados eram defensores da proteção da borboleta monarca e das florestas de pinheiros. O santuário onde ambos trabalhavam tinha aberto em novembro, como parte de uma estratégia para interromper a exploração ilegal de madeira na região, uma vez que este é um importante habitat para as borboletas monarca.

As borboletas monarca fazem parte do Monarch Butterfly Biosphere Reserve, considerada Património Mundial da UNESCO, com uma área florestal com cerca de 100 quilómetros.

Os investigadores afirmam que este género de borboleta voa todos os anos desde o Canadá e EUA até ao México, realizando assim a maior migração de qualquer inseto. As borboletas monarca têm uma espécie de bússola solar interna para conseguirem as indicações durante o voo.

Os ativistas alertam que a extração ilegal de madeira representa um grande risco para as borboletas. Uma causa defendida pelos dois ativistas encontrados mortos.
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