A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinhou hoje a "responsabilidade de construir maiorias" no novo ciclo institucional da assembleia, quando 109 eleitos pertencem a partidos de extrema-direita, vincando que trabalhará para "unir e não tentar dividir".
"Teremos de ver como é que este Parlamento funciona. Se há algo que se pode dizer é que não há uma diferença muito maior em relação aos parlamentos anteriores [em termos de eleitos da extrema-direita], mas isso significa também a responsabilidade de construir maiorias", declarou Roberta Metsola, em declarações a um grupo de jornalistas europeus de agências, incluindo a Lusa, à margem da primeira sessão plenária do novo mandato, na cidade francesa de Estrasburgo.
Quando questionada sobre o facto de, hoje, terem tomado posse 109 eurodeputados da extrema-direita (84 do grupo Patriotas pela Europa e 25 da Europa das Nações Soberanas), a responsável salientou que "só é possível criar confiança se se tentar unir e não tentar dividir".
"Disso tenho a certeza, estou convencida e é com isso que vou trabalhar", assegurou.
Falando à Lusa e outras agências de notícias europeias, Roberta Metsola adiantou: "Veremos, mas no fim de contas, todos nós temos uma responsabilidade para com os nossos cidadãos e, dentro de cinco anos, teremos de voltar atrás para sermos reeleitos, para aqueles de nós que o farão, e pedirão a sua confiança".
A presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, foi hoje reconduzida no cargo até ao início de 2027, com uma maioria de 562 votos e por aclamação, na sessão plenária da assembleia europeia.
Conquistou 90,2% dos votos, a percentagem mais elevada de sempre para um presidente do Parlamento Europeu.
A maltesa tornou-se presidente do Parlamento Europeu em janeiro de 2022 e assumiu o cargo de forma interina após a morte do anterior líder da instituição, David Sassoli.
Tornou-se na presidente do Parlamento Europeu mais jovem e na terceira mulher no cargo, depois de Simone Veil e de Nicole Fontaine. Foi também a primeira cidadã de Malta, o país mais pequeno da UE, a presidir a uma instituição europeia.
Hoje, aos 45 anos, a advogada de profissão volta a assumir o cargo para um mandato de dois anos e meio, até meados de janeiro de 2027.
Dado o sufrágio e as recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu é o que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136), pelo novo partido de extrema-direita Patriotas pela Europa (84), Conservadores e Reformistas (78), Liberais (77), Verdes (53) e pela Esquerda (46), de acordo com a mais recente distribuição.
Esta primeira sessão plenária da legislatura, na qual tomam posse 720 eurodeputados - dos quais 21 portugueses -, será também marcada, na quinta-feira, pela votação do nome de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia.
Escusando a antecipar a votação, Roberta Metsola adiantou apenas que a sua eleição de hoje "mostra que as maiorias podem ser grandes e que [...] podem ter uma orientação pró-europeia e para o futuro".