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Mercados da Ásia Pacífico abrem em queda após tensões entre EUA e China

por Lusa
Os mercados da Ásia Pacífico abriram em queda Jeon Heon-Kyun - EPA

Mercados na Ásia Pacífico abriram esta sexta-feira em queda, após novas tensões tarifárias entre as maiores economias do mundo terem feito descer ações, obrigações e o dólar dos EUA, sublinhando um apetite frágil pelo risco a nível global.

Os índices do Japão, Austrália e Coreia do Sul recuaram depois de o S&P 500 ter caído 3,5% na quinta-feira, com a euforia do mercado a transformar-se em angústia depois de a Casa Branca ter esclarecido que as tarifas dos EUA sobre a China aumentaram para 145%.

O dólar alargou as suas perdas depois de ter sofrido o pior dia desde 2022. O franco suíço atingiu o nível mais alto em uma década, o iene fortaleceu-se e o ouro estabeleceu um novo recorde, mostrando seu apelo como refúgio de investimento. Os títulos do Tesouro dos EUA mantiveram a queda iniciada no início da semana.

Um dia apenas depois de os mercados financeiros aplaudirem a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de adiar alguns planos tarifários, a venda de ativos dos EUA na quinta-feira sugere ceticismo em relação às conversações comerciais anunciadas agora pela Casa Branca, assim como relativamente à escalada das tensões entre Estados Unidos e China.

As ações chinesas subiram na quinta-feira devido às expectativas de que o governo irá apresentar mais estímulos económicos. Os principais líderes da China deverão reunir-se em Pequim para discutir as medidas.

Em contrapartida, as ações de empresas chinesas cotadas nos Estados Unidos caíram devido a uma notícia de que a Administração Trump está a considerar a possibilidade de fechar as negociações às empresas públicas chinesas listadas nas bolsas americanas, citando fontes não identificadas.

Tensão no mercado cambial

As tensões comerciais também se refletiram no mercado cambial, com o dólar a descer e o iene a subir. No mercado obrigacionista, a taxa de rendibilidade das obrigações do Tesouro a 10 anos subiu quatro pontos de base, somando-se aos nove de quinta-feira, com os investidores a continuarem a vender os títulos de dívida. As "yields" da Austrália e da Nova Zelândia também abriram hoje a subir.

Os ganhos do iene empurraram hoje a moeda japonesa para cerca de 143 por dólar, um nível não visto desde outubro. Um indicador das moedas dos mercados emergentes subiu cerca de 0,6%, no ritmo do seu melhor dia desde agosto e o yuan offshore está a subir pelo terceiro dia.

Nas "commodities", o petróleo caiu hoje ligeiramente, enquanto o ouro ampliou os ganhos. A bitcoin caiu ao início do dia para cerca de 79.600 dólares.

 

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