A presidente do partido Irmãos de Itália (FdI), Giorgia Meloni, declarou vitória nas eleições legislativas de domingo no país transalpino, reivindicando a liderança do próximo governo. Deverá ser a primeira mulher a exercer o cargo em Itália.
No primeiro discurso após a votação de domingo, Meloni garantiu que o partido irá governar "para todos" e "para que os italianos se possam orgulhar de ser italianos".
"Os italianos enviaram uma mensagem clara de apoio a um governo de centro-direita" liderado pelo partido Irmãos de Itália, disse Meloni.
Os resultados das legislativas estão apurados quase na totalidade, com mais de 99 por cento dos votos contados.Fazendo as contas entre os partidos de direita e de esquerda, a direita sai vencedora com mais de 40 por cento dos representantes na Câmara e no Senado, contra cerca de 26 por cento dos partidos de esquerda.
Meloni deverá formar o governo mais de extrema-direita desde a II Guerra Mundial, naquela que é a terceira economia mais forte da União Europeia."É hora de os italianos voltarem a ter um governo que sai de uma decisão nas urnas e é algo em que todos têm que prestar contas", sublinhou Meloni.
Assim, o elenco governativo deverá integrar Giorgia Meloni, a líder do partido Irmãos de Itália, com 45 anos e que se define como “mulher, mãe, italiana e cristã" e foi eurodeputada e também ministra juventude de Silvio Berlusconi; Matteo Salvini integra a coligação vencedora. É do partido Liga Norte, tem 49 anos e é conhecido pelas Ligações a Vladimir Putin; Berlusconi completa a coligação. É líder do Força Itália, foi três vezes primeiro-ministro de Itália e é também próximo de Vladmir Putin.
A política de 45 anos lamentou uma campanha eleitoral que descreveu como "agressiva e violenta" e assegurou que "a Itália e a União Europeia precisam do contributo de todos perante a complexa situação" em que se encontram.A participação nas eleições gerais da Itália no domingo foi de cerca de 63,81 por cento, abaixo do valor de 72,9 registado nas eleições de 2018, fez notar a ainda ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese.
Meloni lamentou a abstenção de 36 por cento, a mais elevada de sempre, e assegurou que o objetivo será "reconstruir a relação entre o Estado e os cidadãos".
"O desafio agora é fazer com que as pessoas acreditem nas instituições; muitos italianos ainda decidem não confiar", disse.
"Temos que entender a responsabilidade que nos deram dezenas de milhões de italianos, não vamos trair essas pessoas", prometeu Meloni.
Debora Serracchiani, a líder do Partido Democrático, que é agora o principal partido da oposição, o que acarreta uma responsabilidade acrescida. Serracchiani disse, no entanto, que a direita tem “a maioria no Parlamento, mas não no país”.
A Itália é um dos países fundadores da União Europeia e membro da NATO e a retórica de Meloni sobre a UE coloca-a perto do líder nacionalista da Hungria, Viktor Orbán. Os seus aliados, Berlusconi e Salvini, têm ambos ligações a Putin.Os resultados à boca das urnas da Rai TV sugeriam, na última noite, que os três partidos da coligação teriam 227 a 257 assentos na Câmara de 400 assentos a 111 a 131 assentos de um total de 200 no Senado.