Melania Trump manifestou quinta-feira o seu apoio ao direito ao aborto, antes do lançamento do seu próximo livro de memórias, expondo um forte contraste com o seu marido, o candidato presidencial republicano Donald Trump, sobre este tema eleitoral crucial.
Num vídeo publicado na sua conta na rede social X, a ex-primeira-dama defendeu as "liberdades individuais" das mulheres para fazerem o que quiserem com o seu corpo, uma posição que está em desacordo com grande parte do Partido Republicano e com o seu próprio marido, que tem lutado para encontrar uma mensagem consistente sobre o aborto, enquanto está `refém` entre os apoiantes antiaborto, que são a sua base eleitoral, e os que apoiam esse direito.
"A liberdade individual é um princípio fundamental que protejo. Sem dúvida, não há espaço para compromissos quando se trata deste direito essencial que todas as mulheres possuem desde o nascimento: a liberdade individual. O que significa realmente `o meu corpo, a minha escolha`?", destacou
O vídeo parece confirmar excertos do seu livro de memórias homónimo relatado pelo The Guardian, na quarta-feira.
Melania Trump raramente tem expressado publicamente as suas opiniões políticas e tem estado praticamente ausente da campanha.
Mas no seu livro de memórias, que deverá ser divulgado publicamente na próxima terça-feira, defende que a decisão de interromper a gravidez deve ser deixada a uma mulher e ao seu médico, "livre de qualquer intervenção ou pressão do Governo", de acordo com os excertos publicados.
"O direito fundamental da mulher à liberdade individual, à sua própria vida, concede-lhe autoridade para interromper a gravidez, se assim o desejar", escreveu Melania, de acordo com o The Guardian.
Estas opiniões contrastam fortemente com a plataforma antiaborto do Partido Republicano e com Donald Trump, que tem assumido repetidamente a responsabilidade por ter nomeado os três juízes do Supremo Tribunal que ajudaram a anular o caso Roe v. Wade e vangloriou-se de devolver a questão do aborto aos estados.
Os democratas culpam o antigo presidente pela grave deterioração dos direitos reprodutivos, uma vez que as proibições do aborto foram implementadas em grandes áreas do país, após a anulação do caso histórico, que concedia o direito constitucional ao aborto.
O grupo nacional SBA Pro-Life America criticou as opiniões da ex-primeira-dama sobre o aborto, incluindo as suas posições sobre o aborto mais tarde na gravidez, mas realçou que a sua "prioridade é derrotar [a candidata democrata] Kamala Harris".
Donald Trump garantiu na terça-feira que vetaria a proibição federal do aborto, a primeira vez de forma explicita, depois de se ter recusado anteriormente a responder a perguntas sobre o assunto.
No entanto, os defensores dos direitos ao aborto estão céticos, alertando que não se pode confiar em Trump para não restringir os direitos reprodutivos.