Meia conquista no Capitólio. Zelensky aplaude aprovação de ajuda no Senado dos EUA
Sessenta mil milhões de dólares formam a fatia ucraniana do pacote de assistência a aliados aprovado noite dentro pelo Senado norte-americano, dominado pelo Partido Democrático de Joe Biden. Uma votação saudada já esta terça-feira pelo presidente Volodymyr Zelensky, que voltou a invocar a "luta pela liberdade" e "pela democracia". Na Câmara dos Representantes, porém, onde a palavra final pertence aos republicanos, o desfecho afigura-se distinto.
"Estou grato ao senador Chuck Schumer, ao líder republicano do Senado, Mitch McConnell, e a todos os senadores americanos que apoiaram a continuidade da assistência à Ucrânia na luta pela liberdade, pela democracia e pelos valores que nos são caros", escreveu o presidente ucraniano na rede social X.
A manutenção da assistência bélica dos Estados Unidos, insistiu Zelensky, "ajuda a salvar vidas humanas do terror russo". "Significa que a vida continuará a existir nas nossas cidades e que triunfaremos sobre a guerra", acentuou.
The decision by the United States Senate to continue the support for our country and our warriors has been anticipated not only by us, but also by many other nations, particularly those in Europe.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 13, 2024
The world is looking for American leadership to remain steadfast, help protect… pic.twitter.com/SJMahBBq3g
Graças a um entedimento entre senadores de ambos os partidos, foi aprovado na noite de segunda-feira um pacote de assistência a aliados dos norte-americanos dotado de mais de 95 mil milhões de dólares.No Senado, o pacote foi aprovado com 66 votos a favor e 33 contra, incluindo os votos favoráveis de 17 legisladores do Partido Republicano.
Além da defesa da Ucrânia face à invasão russa, o pacote prevê verbas para a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza e para Taiwan, aliado-chave dos Estados Unidos na Ásia - em causa, para estes dois países, estão perto de 14 mil milhões de dólares, quase 13 mil milhões de euros.
Prevê ainda uma dotação de 9,1 mil milhões de dólares em assistência humanitária para os civis palestinianos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, da Ucrânia e outros teatros de guerra internacionais.
A maior fatia, na ordem dos 60 mil milhões de dólares, está mesmo reservada à Ucrânia e visa o reabastecimento de munições e armas.
I am grateful to the Senate Republican @LeaderMcConnell and Democratic @SenSchumer leadership, as well as all Senators, for supporting not only additional assistance for Ukraine but also America's global posture and strength.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) February 13, 2024
This signal of unwavering bipartisan support is…
"Esperamos que sejam tomadas novas medidas para combater a agressão russa, trazer uma paz justa à Ucrânia e defender a ordem internacional que os Estados Unidos ajudaram a estabelecer e que protege todos os norte-americanos e outras nações livres", rematou.E na Câmara dos Representantes? "Jamais passará"
Para ganhar força de lei, com a assinatura final da Casa Branca, o pacote teria de receber, até ao final desta semana, a luz verde da Câmara dos Representantes, onde o speaker republicano Mike Johnson tem feito eco de duras críticas. O campo conservador quer ver adotadas, a par da assistência militar, provisões destinadas a controlar os fluxos de imigração para os Estados Unidos.
“Na ausência de qualquer mudança na política de fronteiras do Senado, a Câmara terá de continuar a trabalhar sozinha sobre estas importantes matérias”, enfatizava Johnson na segunda-feira, para acrescentar que “a América merece melhor do que o status quo do Senado”.
Rick Scott, senador republicano da Florida, foi mais longe, ao vaticinar o colapso do pacote de assistência: “O diploma diante de nós, hoje, jamais passará na Câmara, nunca se tornará lei”.
Recorde-se que o braço-de-ferro entre as duas câmaras do Congresso tem sido um cavalo de batalha da campanha de Donald Trump para a eleição presidencial de novembro. O 45.º presidente tem vindo a advogar, por exemplo, que quaisquer verbas devem ser atribuídas como empréstimos.
c/ AFP e Reuters