Médio Oriente. Negociações para cessar-fogo recomeçam na próxima semana

por RTP
Yahya Arhab - EPA

Uma delegação israelita vai ao Catar na próxima semana para continuar as negociações para um cessar-fogo em Gaza. A direção do Hamas reuniu-se na noite passada com outros líderes das fações da "resistência palestiniana" para discutir a proposta do grupo a Israel, que será negociadaem Doha.

O chefe dos serviços secretos israelitas, a Mossad, já esteve na sexta-feira em Doha onde dialogou com os mediadores sobre a possibilidade de uma trégua e da libertação dos reféns nas mãos do Hamas.

Num comunicado, o Hamas confirmou que, no "âmbito do trabalho nacional conjunto e da comunicação contínua face à agressão sionista e à firmeza heroica do nosso povo, uma delegação de dirigentes do Hamas reuniu-se com o secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziyad Nakhala, e com o secretário-geral adjunto da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Jamil Mezher".

A nota não especifica o local da reunião nem quais os dirigentes do Hamas que nela participaram, mas refere que nas reuniões se discutiram "os desenvolvimentos políticos e os esforços da resistência para travar a agressão sionista na Faixa de Gaza".

"Os líderes do Hamas analisaram as ideias pormenorizadas trocadas com os mediadores e sublinharam que os objetivos da resistência são pôr termo à agressão contra o nosso povo, retirar as forças de ocupação, prestar socorro ao nosso povo e a reconstrução, bem como um acordo justo de troca de prisioneiros".

O líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, apresentou aos mediadores uma nova proposta de acordo na quarta-feira à noite, e o chefe da Mossad, David Barnea, que dirige a equipa de negociação israelita, fez na sexta-feira uma viagem relâmpago para receber a proposta e reunir-se com o primeiro-ministro do Qatar, o principal mediador.

Após a viagem, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu deu instruções à sua equipa de negociação para regressar a Doha na próxima semana e retomar as negociações, embora tenha admitido que ainda existem "lacunas" nas posições das duas partes.

O Hamas mantém como exigência fundamental que qualquer pacto culmine com a cessação definitiva das hostilidades e a saída das tropas israelitas, enquanto Netanyahu insiste que a guerra só terminará quando Israel tiver concluído a destruição das capacidades militares e governativas dos islamitas e conseguido o regresso de todos os reféns, vivos e mortos.

O Ministério da Saúde do Governo do Hamas, que administra a Faixa de Gaza, fez um novo balanço de 38.098 mortos no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, que dura há quase nove meses.

Pelo menos 87 pessoas foram mortas nas últimas 48 horas, indicou o ministério em comunicado, acrescentando que 87.705 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro do ano passado.

C/Lusa
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