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Médio Oriente. Apelos a cessar-fogo a Israel e ao Hezbollah

por Cristina Santos - RTP
Edifício residencial destruído pelo ataque do Hezbollah contra Israel Reuters

Parte da comunidade internacional parece suster a respiração com os novos desenvolvimentos. O coordenador da ONU no Líbano e as forças de manutenção da paz pedem ao Hezbollah libanês e a Israel para se "absterem de qualquer nova escalada" e para "cessarem fogo".

O comunicado conjunto do Coordenador Especial das Nações Unidas para o Líbano (UNSCOL) e da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) estacionada na fronteira entre Israel e o Líbano assume "os desenvolvimentos preocupantes da situação”, depois de o Hezbollah pró-iraniano ter atacado Israel que por sua vez retaliou com ataques preventivos no Líbano.
Sendo "preocupantes" estes desenvolvimentos na fronteira entre o Líbano e Israel surge o apelo a todas as partes para cessarem fogo e se absterem de nova escalada na guerra.

A declaração conjunta do Gabinete do Coordenador Especial das Nações Unidas para o Líbano (Unscol) e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil):

“À luz dos desenvolvimentos preocupantes em toda a Linha Azul desde o início da manhã, a Unscol e a Unifil apelam a todos que cessem fogo e se abstenham de novas ações de escalada.

O fim das hostilidades, seguido da implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU (que suspendeu a guerra de 34 dias em 2006, entre Israel e o Hezbollah), é o único caminho sustentável a seguir.
Continuaremos os nossos contactos para apelar com todas as forças ao fim da escalada (do conflito).”


Apelos e alertas a que se junta o Egito que aponta os perigos de abrir uma nova frente de guerra no Líbano. O Ministério egípcio das Relações Exteriores, em comunicado este domingo, pediu estabilidade na região.

Apesar de a maioria dos analistas concordar que nem Israel nem o Hezbollah querem uma guerra em grande escala, uma vez que arrastaria o Irão e os EUA, é certo que durante quase um mês, o Líbano, Israel e o resto da região esperaram pela resposta do Hezbollah à morte do seu líder mais destacado pelos israelitas.
Voos canceladosEsta situação levou a Air France a cancelar os voos para Tel Aviv (capital de Israel) e Beirute (capital do Líbano) pelo menos até segunda-feira. A decisão foi justificada com o agravamento das tensões entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah. A companhia francesa - que opera uma ligação diária com Telavive e Beirute - vai fazer novo ponto de situação na segunda-feira. Um representante da Air France admite ainda que a suspensão possa ser prolongada.

Em Beirute vários voos foram cancelados no aeroporto internacional que, no entanto, continua a funcionar, é o que conta um jornalista da AFP. O repórter da France Press descreve que na zona de desembarque do aeroporto há passageiros à espera, sem saber o que fazer.

Foto: Anwar Amro - AFP

Em comunicado, a Direção-Geral da Aviação Civil adianta que “o aeroporto está a funcionar normalmente e apenas alguns voos foram adiados”. No entanto, várias companhias aéreas cancelaram os seus voos com partida ou chegada a Beirute este domingo.

O aeroporto internacional de Beirute está localizado perto dos subúrbios no sul da cidade, uma zona que é um reduto do Hezbollah pró-iraniano.

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