Médicos Sem Fronteiras sobre ataques a alvos militares em Gaza. "Um hospital será sempre um hospital"
Foto: João Marques - RTP
João Antunes, gestor de operações dos Médicos Sem Fronteiras, denunciou um efeito "verdadeiramente apocalíptico" da guerra em Gaza e considerou que a população civil é a "principal perdedora" deste conflito.
Questionado sobre a presença de alvos militares em escolas ou hospitais, argumentou: "Uma escola será sempre uma escola, um hospital será sempre um hospital", alertando para as consequências diretas de bombardear este tipo de locais.
A decisão de continuar a bombardear locais com civis "ou é intencional ou é extrema negligência e incompetência", considerou.
Recorrendo ao histórico da Médicos Sem Fronteiras, João Antunes destacou o carácter inédito deste conflito, ao registar vários episódios num curto espaço de tempo em que a ajuda humanitária também foi um alvo.
Até ao momento já morreram seis médicos que trabalhavam para a MSF. A organização está agora em nove estruturas de saúde do enclave palestiniano. "Queríamos estar em muitas mais", assumiu o responsável.
Sobre a deterioração das condições humanitárias em Gaza, João Antunes destaca a eclosão de doenças como a polio, difteria ou o sarampo, mas também a desnutrição.
São as "mortes silenciosas" que não se contabilizam diretamente como vítimas deste conflito, frisou.