Médicos Sem Fronteiras. Maioria das vítimas na Faixa de Gaza são mulheres e crianças
Centenas de mortos, milhares de feridos e reféns, hospitais sobrelotados. A situação em Gaza é catastrófica, com o aumento da intensidade da violência e dos bombardeamentos na região, bloqueada por Israel, o sistema de saúde está a começar a entrar em colapso. A Médicos Sem Fronteiras (MSF) apelou, esta quinta-feira, ao fim da violência indiscriminada e da "punição coletiva" de Gaza que tem resultado num "derramamento de sangue" maioritariamente de mulheres e crianças.
A organização que tem relatado a situação através das redes sociais informou, esta quinta-feira, através de uma publicação na rede social X, antigo Twitter, que a maioria dos feridos pelos ataques são mulheres e crianças.
“Hoje [11/10] todos os pacientes que recebemos em #Gaza eram crianças entre os 10 e 14 anos - aqui, a maioria dos feridos são mulheres e crianças, pois estão mais frequentemente nas casas destruídas pelos ataques."
— Médicos Sem Fronteiras (@MSF_Portugal) October 12, 2023
- Ayman Al-Djaroucha, vice-coordenador do projeto em Gaza
Na Faixa de Gaza a grande preocupação é atualmente a questão humanitária como testemunharam os enviados especiais da RTP a Israel, José Manuel Rosendo e Marques de Almeida.
A Médicos Sem Fronteiras defende que “a declaração de guerra não deve, em caso algum, conduzir a uma punição coletiva da população de Gaza" e apela às autoridades israelitas para “facilitar, a passagem fronteiriça de Rafah, com o Egito” e pôr termo aos bombardeamentos no ponto de passagem. “As instalações e o pessoal médico têm de ser protegidos e respeitados; os hospitais e as ambulâncias não são alvos. O cerco imposto pelo governo israelita é inaceitável” afirma a MSF em comunicado.
A organização defende que é “necessário criar espaços seguros” uma vez que os “homens, as mulheres e as crianças que não participam nas hostilidades não têm um refúgio seguro para onde ir” e deste modo apela às autoridades e fações de Israel e da Palestina para estabelecerem espaços seguros.
“O que é que as pessoas podem fazer? Para onde é suposto irem?" questiona Matthias Kennes, chefe de Missão de MSF em Gaza, perante um cenário de destruição que a organização considerar ultrapassar as escaladas anteriores e que tem impossibilitado a prestação de assistência humanitária no terreno.