Zhang Xinmin, funcionário do Ministério chinês da Ciência e Tecnologia, afirmou que o “favipiravir”, medicamento desenvolvido por uma empresa subsidiária da Fujifilm, obteve resultados encorajadores em testes clínicos realizados a 340 pacientes em Wuhan e Shenzhen.
Os doentes de Covid-19 que foram tratados por este medicamento testaram negativo após quatro dias de tratamento. Por oposição, os que não receberam o medicamento em causa, precisaram, em média, de 11 dias para recuperar.
“O medicamento tem um elevado grau de segurança e é claramente eficaz no tratamento”, disse o responsável aos jornalistas.
De acordo com as autoridades chinesas, o efeito deste medicamento é também visível através de raios X: a condição pulmonar dos doentes melhorou em cerca de 91 por cento dos casos de pacientes tratados com favipiravir.
O medicamento em causa, também conhecido por Avigan, foi concebido em 2014 pela Fujifilm Toyama Chemical. Para já, a empresa não fez qualquer comentário ao anúncio do Governo de Pequim, mas as ações em bolsa já
atingiram máximos históricos.
De acordo como jornal
The Guardian, há médicos japoneses que estão a estudar os efeitos do medicamento em pacientes com sintomas leves e moderados do novo coronavírus. Desta forma, o Japão pretende impedir a multiplicação do vírus nas células dos pacientes.
No entanto, o medicamento parece não ser tão eficaz em doentes com sintomas mais graves, ou seja, numa fase em que o vírus já se conseguiu multiplicar. Estas foram as mesmas limitações identificadas nos tratamentos de coronavírus que usaram uma combinação de antirretrovirais para o HIV e ritonavir.
Para ser usado em larga escapa em pacientes com Covid-19, o favipiravir necessitaria da aprovação do Governo japonês, uma vez que se destinava originalmente ao tratamento da gripe.
O favipiravir é um fármaco que também é ativo noutras doenças como o ébola ou a febre amarela, entre outros. De acordo com o jornal The Mainichi, o Japão conta atualmente com um stock de dois milhões de medicamentos.
Ao mesmo jornal japonês, um oficial do Governo japonês sublinhou ainda que há indicações que o favipirad pode causar malformações fetais e não deve, por isso, ser usado em mulheres grávidas ou que estejam a tentar engravidar.
Corrida à vacina
À medida que o novo coronavírus afeta vários países e continentes, intensificam-se cada vez mais os esforços no desenvolvimento de uma vacina eficaz que possa combater o vírus.
Em comunicado, o Governo chinês explica que a vacina foi desenvolvida pela Academia Militar de Ciências, por um uma equipa liderada pelo epidemiologista Chen Wei.
Este não é, no entanto, o único esforço no sentido de chegar à vacina mais eficaz contra o novo coronavírus. De acordo com o
South China Morning Post,
há pelo menos nove potenciais vacinas, com cinco abordagens diferentes, desenvolvidas pela China, que vão começar a ser testadas em abril.
De acordo com o Instituto norte-americano de Saúde, coordenado com o Centro de Investigação do Instituto Kaiser Permanente, em Seattle, a investigação vai prosseguir nas próximas seis semanas, mas poderá demorar vários meses.
Há também uma empresa biofarmacêutica canadiana, a Medicago, que anunciou na terça-feira uma potencial vacina para o novo coronavírus. A empresa planeia iniciar os testes da vacina em humanos durante o verão.