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"Mayor" de Nova Iorque acusado de corrupção após investigação do FBI

por Inês Moreira Santos - RTP
Brendan McDermid - Reuters

O democrata Eric Adams foi indiciado por corrupção, tornando-se o primeiro presidente da câmara de Nova Iorque a ser acusado ainda durante o mandato. Segundo o New York Times, o responsável está a ser investigado pela procuradoria federal de Manhattan sobre o financiamento da campanha em 2021.

Os motivos da acusação não foram especificados no jornal norte-americano, mas Eric Adams é alvo de uma investigação do FBI sobre alegados donativos ilegais de empresas de construção associadas à Turquia. O anúncio da acusação segue-se à demissão de várias pessoas próximas do autarca nos últimos dias.

Quando a acusação for tornada pública, o democrata tornar-se-á o primeiro mayor da cidade a enfrentar uma acusação federal enquanto ainda está em funções. A acusação contra Adams, um ex-polícia que se tornou presidente da câmara de Nova Iorque em janeiro de 2022 a prometer repressão ao crime, culmina com uma crise local a envolver um conjunto de investigações federais a membros de seu círculo íntimo.

Na quarta-feira, ainda antes do anúncio, a representante de Nova Iorque na Câmara dos Representantes e figura de esquerda Alexandria Ocasio-Cortez apelou ao autarca para que se demitisse, “para o bem da cidade”. Cortez afirmou mesmo que não conseguia “perceber como é que p prefeito Adams poderia continuar” em funções.

Eric Adams disse, contudo, “estar inocente”.

“Sempre soube que, se defendesse os interesses dos nova-iorquinos, seria um alvo - e tornei-me um”, disse na quarta-feira, em comunicado. “Se eu for acusado, sou inocente, e lutarei para o provar com cada grama da minha força e espírito”.

A câmara de Nova Iorque tem assistido a uma proliferação de casos nos últimos meses. Estão em curso pelo menos quatro inquéritos federais, três dos quais da responsabilidade do Ministério Público de Manhattan, contra o presidente da Câmara e pessoas que lhe são próximas.

Esta semana, a equipa de Eric Adams foi abalada pelo anúncio das demissões do comissário da saúde da cidade Ashwin Vasan e do responsável pela educação David C. Banks, um colaborador próximo de Eric Adams que geria todo o sistema de educação pública da cidade, abrangendo um milhão de alunos.

No início deste mês, apenas um ano depois de ter assumido a chefia do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) e de 36 mil agentes, também Edward Caban apresentou a demissão.

Eric Adams, de 64 anos, venceu as primárias democratas de 2021 com a promessa de reduzir a criminalidade, que tinha disparado em Nova Iorque durante a pandemia da covid-19. Reduziu a taxa de crimes violentos, mas o custo de vida disparou, incluindo o aumento sem precedentes das rendas. No final do ano passado, a popularidade de Adams caiu para um mínimo de 28 por cento. Neste contexto, vários rivais declararam a candidatura para as primárias do partido em 2025.

Esta acusação contribuiu para uma reviravolta no percurso do ex-senador estadual e presidente do distrito do Brooklyn.
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