Mark Rutte apontado como possível sucessor de Stoltenberg na liderança da NATO
O primeiro-ministro holandês cessante, Mark Rutte, está a ser apontado como o provável próximo secretário-geral da NATO, depois de ter recebido o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.
Depois de uma autoridade norte-americana ter afirmando, à agência Reuters, que “o presidente Biden endossa fortemente a candidatura do primeiro-ministro Rutte para ser o próximo secretário-geral da NATO ”, a Casa Branca anunciou oficialmente que o primeiro-ministro holandês cessante seria “um excelente secretário-geral da NATO”.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico também anunciou que Londres “apoia fortemente” Rutte para suceder a Jens Stoltenberg. “Rutte é muito respeitado em toda a aliança, tem sérias referências na área de defesa e segurança e irá garantir que a aliança permaneça forte e pronta para defender e dissuadir”, afirmou.
Para além da França, também a Alemanha anunciou esta quinta-feira que apoia a candidatura de Rutte.
“Com a sua imensa experiência, o seu grande conhecimento em política de segurança e o seu aguçado sentido de diplomacia, é um candidato excecional”, escreveu o chanceler alemão, Olaf Scholz, na rede social X. Após o colapso do seu governo no ano passado, Rutte deixou o cargo de líder do Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD) e anunciou, em julho, a sua saída da política holandesa. Em novembro, Rutte assumiu o desejo de suceder a Stoltenberg na liderança da Aliança Atlântica.
Rutte é um dos chefes de Governo mais antigos da Europa, tendo sido primeiro-ministro dos Países Baixos desde 2010. É, por isso, apontado como um nome forte para assumir a liderança na NATO num período crucial para a Aliança.
Ucrânia e Trump entre os desafios futuros
Para além da tarefa da sustentar o apoio dos membros da NATO à defesa da Ucrânia contra a invasão russa, ao mesmo tempo que se protege contra qualquer escalada que levaria a Aliança a entrar num conflito com Moscovo, o próximo líder da Aliança Atlântica enfrenta ainda os desafios de um possível regresso de Donald Trump à Casa Branca.
A 11 de fevereiro, o ex-presidente norte-americano reavivou a sua postura de distanciamento para com a Aliança Atlântica, deixando claro que não tenciona garantir a segurança dos países-membros da NATO que “não paguem dívidas” à organização militar. As palavras de Trump suscitaram duras críticas de vários responsáveis ocidentais, nomeadamente de Jens Stoltenberg , que afirmou que as declarações do ex-presidente dos Estados Unidos colocam em risco a segurança dos aliados.
No passado fim de semana, Rutte instou os líderes europeus a "pararem de reclamar, reclamar e reclamar" sobre Trump e a concentrarem-se no que podem fazer para reforçar a defesa e ajudar a Ucrânia. “Temos de trabalhar com quem quer que esteja na pista de dança”, disse o primeiro-ministro holandês.
Jens Stoltenberg, ex-primeiro-ministro norueguês, é chefe da NATO desde 2014. Devido à falta de acordo entre os Aliados sobre um novo nome para o cargo, o atual secretário-geral foi reconduzido ao cargo no verão passado por mais um ano.
Stoltenberg deixará o cargo em outubro próximo, após uma década na liderança da Aliança Atlântica, e o próximo líder da NATO será escolhido em julho.
Os líderes da NATO são nomeados por consenso, o que significa que todos os 31 membros devem estar de acordo em relação a um nome para se chegar a uma decisão final.
De acordo com a agência Reuters e com o Politico, três diplomatas afirmaram que Rutte conta com o apoio de cerca de 20 membros da NATO até agora.
"Após rondas muito intensas de discussões entre os aliados, estamos agora no ponto em que mais de 20 aliados da NATO estão preparados para apoiar o primeiro-ministro Rutte como o próximo secretário-geral", disse um funcionário da NATO sob anonimato ao Politico.
No entanto, um outro diplomata avançou que ainda não foi alcançado um acordo e alertou que ainda poderá surgir outro candidato para a liderança. Um alto funcionário da NATO confirmou ao Politico que vários países não endereçaram até agora o apoio a Rutte, dizendo que cerca de uma dezena ainda se recusam a votar nele.
c/agências