Marcha do Orgulho LGBTQ+ junta milhares de pessoas em Paris contra a transfobia

por Lusa

Dezenas de milhares de pessoas participaram hoje na Marcha do Orgulho LGBTQ+ em Paris, organizada na véspera da primeira volta das eleições legislativas antecipadas, em que o partido de extrema-direita União Nacional (sigla RN) é o favorito.

O tema da marcha deste ano é a luta contra a transfobia, e haverá também slogans políticos e discursos dirigidos a personalidades ou partidos acusados de se oporem aos direitos LGBTQ+.

As autoridades esperam entre 50.000 e 80.000 participantes, de acordo com uma fonte policial local.

Ao meio-dia, uma multidão jovem tinha-se reunido num bairro operário do norte de Paris, entoando palavras de ordem como "votem pelos nossos direitos", "ponham brilho na vossa vida", "a luta é o meu orgulho" e "contra a transfobia: transolidariedades".

Este último slogan está também inscrito na faixa principal deste cortejo, sendo que organizadores desta edição de 2024 pretendem denunciar uma ofensiva transfóbica.

"Até agora, sofríamos de ignorância, mas agora é o ódio direto", declarou Anaïs Perrin-Prevelle, diretora da OUTrans, numa conferência de imprensa. "Em 2024, tivemos uma campanha anti-trans sem precedentes".

"O Pride é uma festa, mas antes da festa são motins, raiva, num contexto social e político muito grave", disse Mimi, copresidente da associação de apoio trans Acceptess-T.

Lily e Noah, duas irmãs de 16 e 20 anos, vieram da Normandia (norte de França) e preferiram manter o anonimato porque a mãe estava preocupada: "Na nossa pequena cidade, assumirmo-nos como lésbicas é difícil, mas aqui sentimo-nos rodeadas e seguras. Esta é a nossa primeira marcha e queremos exigir os nossos direitos, que estão a ser ameaçados", referiram à agência France-Press(AFP).

Com carros alegóricos coloridos, balões em forma de unicórnio, corações e bolas de discoteca, um concerto de percussão e um autocarro londrino da associação Act-up, o cortejo deverá chegar à Place de la République, no coração da capital, onde está previsto um concerto.

Está igualmente prevista uma manifestação em que os participantes se deitam no chão para simbolizar as mortes causadas pela SIDA.

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