O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, surpreendeu os equatorianos de Cuenca ao dar um passeio noturno a pé nesta cidade andina, onde recebeu aplausos e ouviu gritos de "bravo".
Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Cuenca, a terceira maior cidade do Equador, na quarta-feira, para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana. Depois de se instalar num hotel do centro histórico, como é habitual, decidiu ir dar uma volta.
De imediato foi rodeado de gente que, mesmo sem saber ao certo quem era, percebia que se tratava de um alto dignitário estrangeiro, a caminhar descontraidamente entre a população, e por isso o saudaram.
À sua passagem, várias pessoas bateram-lhe palmas. "Ah, é de Portugal, bem-vindo a Cuenca", exclamou um homem. "Bem-vindo", repetiram outros.
O Presidente da República seguiu em direção ao Parque Abdón Calderón, onde fica a Catedral da Imaculada Conceição famosa pelas suas enormes cúpulas, e passou depois pela Praça das Flores, no coração do centro histórico classificado como património mundial pela Unesco.
Interrompido por sucessivos pedidos de fotografias, tirou inúmeras `selfies`, parou para cumprimentar carinhosamente várias crianças e recebeu de presente uma pequena boneca que representa a mulher de Cuenca, a chola cuencana.
Ao ver que não o conheciam, por vezes, Marcelo Rebelo de Sousa apresentava-se: "Presidente de Portugal".
Em vários pontos do percurso, ao vê-lo passar, repetiram-se aplausos e houve quem gritasse: "Bravo, bravo".
A presença de um chefe de Estado nas ruas de Cuenca, vigiadas nestes dias por um forte dispositivo de segurança armada, e o convívio com a população causou espanto geral, também nos representantes de outras delegações e na comunicação social local.
Enquanto acabava de comer um croissant com queijo comprado numa pastelaria, Marcelo Rebelo de Sousa deu uma curta entrevista a Susana e a Melanie, do meio digital El Dato.
"Como se sente ao estar rodeado por equatorianos que o receberam com fotos, com saudações e com aplausos?", perguntou-lhe Susana.
"É uma tradição. Quando chego a uma cidade, a um país novo, diferente, quero ver as pessoas, saber o que se passa", explicou o Presidente da República, acrescentando que não é daqueles "políticos que falam entre eles, mas falam pouco com as populações".
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já tinha estado antes em Quito, capital do Equador, mas que era a sua primeira vez em Cuenca, cidade situada mais a sul na cordilheira dos Andes, a cerca de 2.500 metros de altitude.
"É um prazer", disse, apontando Portugal e Equador como "países irmãos".
Sobre a Cimeira Ibero-Americana que decorrerá entre hoje e sexta-feira, não desvalorizou o encontro, apesar das muitas ausências.
São esperados em Cuenca apenas meia dúzia de chefes de Estado e de Governo dos 22 países desta comunidade.
"É uma cimeira muito importante", considerou Marcelo Rebelo de Sousa, com "importância económica, social, política muito grande no mundo de hoje", porque junta "dois continentes, duas línguas, milhões de pessoas".
Quando o Presidente da República regressou ao hotel e subiu as escadas em direção ao quarto, uma responsável do protocolo equatoriano interrogou: "Podemos já fechar as portas, ele já não vai sair?".
A comunidade ibero-americana é composta por três países europeus, Portugal, Espanha e Andorra, e 19 latino-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Cuba e República Dominicana.
IEL // SB
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