Marcelo em Kiev. Soaram alarmes durante cimeira da Crimeia e presidente ficou retido

por RTP

António Pedro Santos - Lusa

No final da cimeira da Crimeia, o presidente português ficou retido no local do encontro devido ao soar dos alarmes em Kiev. Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que nunca tinha estado numa situação como esta, mas disse não ter sentido medo.

“As coisas são como são”, afirmou. “Primeiro, não há razão para medo, porque tem havido uma capacidade de resposta integral e de cobertura por parte da Ucrânia. Em segundo lugar, é mais a preocupação dos seguranças quanto ao local exato onde os mísseis intercetados têm os seus destroços a cair”.

O chefe de Estado fez ainda um resumo das suas declarações na cimeira. A primeira mensagem foi que Portugal não aceita a ocupação russa nem a violação da soberania ucraniana sobre a Crimeia.

Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu ainda que não faz sentido separar a questão da Crimeia da questão genérica da invasão russa da Ucrânia.O presidente da República adiantou que está em cima da mesa convidar Volodymyr Zelensky para visitar Portugal, mas tal poderá ser difícil, pois este “tem uma guerra a decorrer”.

O presidente da República destacou ainda que, durante o encontro, o homólogo ucraniano se mostrou “preocupado com o que tem havido [na Crimeia] ao longo destes nove anos de atraso em termos económicos e sociais relativamente ao que deveria ter existido”.

“Citou exemplos da sociedade civil, de atividades económicas que têm estado presentes relativamente à Ucrânia como um todo e que não estão presentes como deveriam estar na Crimeia”, elucidou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ter desenvolvido essa matéria “para explicar que a integridade do território, a recuperação de um território, a garantia da soberania (…) é ter condições para olhar para os problemas das pessoas e para tratá-los”.
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