O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antecipa dificuldades na Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realiza esta semana em Nova Iorque, e elogia o papel do secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Um momento difícil”. É assim que Marcelo Rebelo de Sousa avalia o atual estado das relações internacionais que enquadra a 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Razões para reconhecer “mérito” à atuação do secretário-geral, o português António Guterres. “Ele tem conseguindo ir ultrapassando, torneando obstáculos cada vez mais difíceis”, acrescentou o Presidente.
"Com uma paciência, com uma inteligência, com uma argúcia notáveis, tem conseguido pôr a falar com as Nações Unidas e às vezes entre si países que de outra forma não falariam", acrescentou.
Frederico Moreno, enviado especial da Antena 1 a Nova Iorque
O empenho no multilateralismo e o combate às alterações climáticas são algumas das áreas em que Portugal secunda as opções de Guterres que são, muitas vezes, contrárias às expressas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Entre os temas quentes que dividem o mundo, o Presidente da República fala da “querela entre comércio livre e protecionismo”, “o debate entre o multilateralismo e unilateralismo”, e “os afrontamentos recentes”.
"Todos os nossos parceiros"
Interrogado se discutiu com Guterres as posições da atual administração norte-americana, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Quando nós discutimos o multilateralismo, isso significa a preocupação de chamar todos a esse esforço, todos os nossos parceiros".
"Todos os nossos parceiros"
Interrogado se discutiu com Guterres as posições da atual administração norte-americana, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Quando nós discutimos o multilateralismo, isso significa a preocupação de chamar todos a esse esforço, todos os nossos parceiros".
"Temos uma relação antiga, histórica, com os Estados Unidos da América, a nossa relação transatlântica é importante e nós achamos que é fundamental o entendimento entre os Estados Unidos da América e a Europa", reiterou.
Há, para Marcelo Rebelo de Sousa, evoluções positivas como no caso da Coreia do Norte, “um domínio raro em que houve passos positivos entre a última Assembleia Geral e esta Assembleia Geral" da ONU”.
Segundo uma nota divulgada pelas Nações Unidas sobre esta reunião, "o secretário-geral elogiou o papel de liderança de Portugal em relação aos oceanos", saudando "a oferta para acolher, juntamente com o Quénia, uma conferência dos oceanos em 2020".
Na conversa com António Guterres ainda houve tempo para avaliar as eleições na Guiné-Bissau e o processo de paz em Moçambique.
Cimeira de Paz
Esta segunda-feira, o Presidente da República discursa na Cimeira de Paz Nelson Mandela inspirada no exemplo do antigo presidente sul-africano, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
À tarde, Marcelo Rebelo de Sousa tem previstos encontros bilaterais com os presidentes da República do Quénia, Uhuru Kenyatta, e das ilhas do Palau, Tommy Remengesau.
Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa irá discursar na 73.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. É a segunda vez que o Presidente português discursa perante os 193 Estados-membros da ONU. No ano passado, foi o primeiro-ministro, António Costa, quem representou o Estado português na 72.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
O debate geral desta 73.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas tem início na terça-feira de manhã, com intervenções dos chefes de Estado do Brasil, Michel Temer, dos Estados Unidos da América, Donald Trump, de França, Emmanuel Macron, do Peru, Martín Vizcarra, e do Irão, Hassan Rohani, entre outros.
O debate geral deste ano da Assembleia Geral das Nações Unidas tem como tema "Tornar a ONU relevante para todos: Liderança global e responsabilidade partilhada para sociedades pacíficas, equitativas e sustentáveis".